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Embaixadores de 178 países junto à Santa Sé se reúnem com Bento XVI

Cidade do Vaticano (Segunda, 11-01-2010, Gaudium Press) Durante a manhã de hoje, o Papa Bento XVI se encontrou com os 178 embaixadores junto à Santa Sé, no Vaticano, para celebrar os tradicionais votos no início do Ano Novo. Reunidos na Sala Régia do Palácio Apostólico, o Santo Padre dedicou seu discurso às questões de proteção da criação, a paz e a moralidade no Ocidente.

“O Sucessor de Pedro mantém as suas portas abertas a todos e com todos deseja ter relações que contribuam ao progresso da família humana”, declarou Bento XVI a todos
os embaixadores presentes.

O Pontífice confirmou que “a Igreja é aberta a todos, porque, em Deus, existe para os outros!” e, para isto, “participa intensamente ao destino da humanidade”.

Meio Ambiente

Bento XVI, ao se referir à sua última Mensagem pelo Dia Mundial da Paz dedicada ao tema da proteção da criação, sublinhou as suas preocupações pelas “resistências de ordem econômica e política na luta contra a degradação do ambiente”.

“Há a necessidade de um grande esforço educativo para mudar a mentalidade humana e instaurar novos estilos de vida”, observou o Papa. Nesse contexto, o pontífice lançou novamente um apelo para que as próximas sessões das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Bonn (Alemanha) e na Cidade do México, “cheguem a um acordo para enfrentar tais questões de modo eficaz”.

Recursos naturais

Ao falar sobre a questão relacionada à segurança alimentar, o Papa recordou sua viagem a países africanos, feita em março do ano passado, e a realização do Sínodo para a África. Na África, como em outros lugares, é necessário “adotar opções políticas e econômicas capazes de assegurar formas de produção agrícola e industrial que respeitem a ordem da criação e satisfaçam as necessidades primárias de todos”.

Bento XVI ressaltou “que a salvaguarda da criação implica uma gestão correta dos recursos naturais dos países e, em primeiro lugar, daqueles que se encontram economicamente desfavorecida”.

Neste contexto, o pontífice pede “à comunidade internacional, mais uma vez, que não se resigne com o tráfico de drogas nem com os graves problemas morais e sociais que a sociedade mesma gera”.

Desarmamento

Bento XVI dissertou também sobre as questões de desarmamento que serão tema da Conferência de Exame do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares a ser realizado no próximo mês de maio, em Nova York.

Nesse sentido, o Papa repetiu o apelo para que se abandone “a estrada da violência”, comum em muitos países do mundo como Darfour, Somália e a República Democrática do Congo, cujos conflitos são sustentados graças à exportação de armas.

Ocidente e religião

O Santo Padre se referiu também ao Ocidente ao comentar sobre o “desprezo em relação à Religião”, particularmente aquela cristã que é negada e que se encontra sob hostilidade da política, cultura e meios de comunicação.

Bento XVI advertiu que o relativismo “arrisca-se a conceber a laicidade unicamente em termos de exclusão, ou melhor, de rejeição à importância social do fato religioso”, o que acaba se transformando em “uma estrada sem saída”.

O Papa desejou que o Tratado de Lisboa, recentemente aceito e assinado por todos os membros da União Europeia (EU), “mantenha com as Igrejas um diálogo aberto, transparente e regular” e “saiba sempre beber nas fontes da própria identidade cristã”.

Outros temas tratados

Além disso, ao comentar sobre o fundamento biológico da diferença entre os sexos, Bento XVI advertiu que “a liberdade não pode ser absoluta porque o Homem não é Deus, mas imagem de Deus, sua criatura”. “Para o homem, o caminho a seguir não pode ser fixado pelo que é arbitrário ou apetecível, mas deve, antes, consistir na correspondência à estrutura querida pelo Criador”, observou.

O Papa Bento XVI recordou, com satisfação, o 25 º aniversário do Tratado de Paz e Amizade entre a Argentina e o Chile que trouxe “frutos de colaboração e prosperidade”.

Sobre o Iraque, o Santo Padre exortou seus governantes e cidadãos a “superar as divisões, a tentação da violência e a intolerância” para construírem, juntos, o futuro do país.

O Papa recordou a necessidade de respeito, segurança e liberdade para as comunidades cristãs e citou o Paquistão, duramente fustigado pela violência nestes últimos meses.

Ainda a respeito de violência contra os cristãos, o pontífice lembrou o atentado contra a comunidade copta egípcia ocorrido nos últimos dias, precisamente quando era festejado o Natal.

Em sua conclusão, o pontífice recordou que, por conta de “tanto sofrimento na humanidade”, a expectativa da salvação, que diz respeito a toda a Criação, “aparece ainda mais intensa e está presente no coração de todos, crentes e ateus”. E desejou:

“Que a luz e a força de Jesus nos ajudem a respeitar a ecologia humana, cientes de que esta beneficiará a ecologia ambiental, porque o livro da natureza é único e indivisível. Poderemos assim consolidar a paz para as gerações atuais e futuras”.

 

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