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Representante do Vaticano na ONU destaca a necessidade de que o mercado se volte para os pobres

Genebra (Sexta, 04-12-2009, Gaudium Press) O mercado global deve se voltar também aos pobres enfatizou, ontem (3), o observador permanente da Santa Sé para Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, dom Silvano Maria Tomasi, durante pronunciamento realizado na última Conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A questão central apontada por D. Tomasi é como o mercado pode atender as necessidades de um bilhão de homens, mulheres e crianças que padecem de fome no mundo inteiro, “se ele [mercado] os ignora por serem pessoas demasiadamente pobres?”.

O arcebispo destacou que a crise econômica atual piorou ainda mais a situação dos menos favorecidos. D. Tomasi já havia tocado no assunto em uma intervenção da reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, realizada em novembro deste ano, em Genebra. Naquela ocasião, o arcebispo destacou a importância de se colocar a pessoa no centro das políticas econômicas e sociais a fim de mitigar os efeitos da crise econômica mundial.

Para o representante do vaticano na ONU, a reunião da OMC deve servir como ensejo para que a comunidade internacional coloque os países em desenvolvimento no caminho do crescimento novamente. Na reunião de novembro, o arcebispo já havia demonstrado preocupação com esta questão, pedindo que ela fosse reforçada, como “um compromisso internacional”, objetivando transformar a vontade política em ações concretas.

De acordo com a Rádio Vaticana, no encontro da OMC, dom Tomasi citou a encíclica de Bento XVI “Caritas im veritate” para reiterar sua posição. Disse que todo país tem direito a definir seu modelo econômico, “mas no âmbito de uma inclusiva e justa globalização na qual a solidariedade, investimentos, transferências tecnológicas, capacidade de construir e partilha de conhecimentos sejam colocados a serviço de um desenvolvimento baseado na “centralidade da pessoa”.

Deve-se reconhecer, segundo o arcebispo Tomasi, que todo homem tem dignidade e desejo de liberdade e de saciar as aspirações mais profundas em todos os processos econômicos. Neste sentido, afirma que o mercado deve ser democrático, atendendo a todos. Para isso, a comunidade política deve ajudar.

No final de sua apresentação, o arcebispo disse que a reunião da OMC serviria para se dar “um passo decisivo rumo a um sistema de comércio fundamentado no princípio de justiça social”, que considera um dos maiores progressos do congresso.

 

 

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