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Pontifícia Comissão para os Bens Culturais completa 20 anos

Cidade do Vaticano (Sexta, 27-11-2009, Gaudium Press) Criada a partir de uma moção do então Papa João Paulo II, em 1989, a Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja completa neste ano duas décadas de atividades. Ontem, uma coletiva oferecida na Sala de Imprensa da Santa Sé e conduzida pelo presidente do dicastério, dom Gianfranco Ravasi, apresentou as principais conquistas da Comissão nesses 20 anos e os desafios que se apresentam a ela doravante.

Além da coletiva de imprensa, pela manhã, na parte da tarde uma jornada de estudo se dedicou à trajetória da Pontifícia Comissão

Dom Gianfranco Ravasi lembrou que foi João Paulo II quem ensejou a criação da Comissão, explicitando sua instituição por meio da Constituição Apostólica, sobre a cúria romana, Pastor Bonus, de junho de 1988, como Pontifícia Comissão para a Conservação do Patrimônio Artístico e Histórico da Igreja. No ano seguinte, a Comissão já estava em pleno funcionamento.

“Após alguns anos, em 25 de março de 1993, com o motu proprio Inde a Pontificatus, o mesmo João Paulo II a renomeou Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja e lhe confirmou a fundamental e complexa ‘tarefa de presidir a tutela do patrimônio histórico e artístico da Igreja’, tendo para tanto não somente ‘obras de qualquer parte do passado, que deverão ser cuidadas e conservadas com a máxima diligência’, mas também o patrimônio histórico e ‘todos os documentos e instrumentos jurídicos que dizem respeito a e atestam a vida e o cuidado pastoral”, disse dom Ravasi.

Para o arcebispo, os bens culturais não são apenas pedras preciosas, mas necessitam de proteção, a fim de fazer com que esse patrimônio não pereça e, sobretudo, que possa dialogar com a modernidade. Uma tentativa, nesse sentido, é a participação da Santa Sé na 54ª Bienal de arte contemporânea de Veneza, em 2012.

Dom Ravasi destacou a importância de se estar atento para as novas linguagens e concepções artísticas: “O artista se expressa com a sua nova gramática. O sacro continua a atualizar-se, continua a expressar-se em formas culturais e musicais diferentes. Certamente, deve ser consciente da finalidade. Algo que é muito difícil agora, porque estamos em uma sociedade secularizada, porque muitas vezes o artista não é instruído suficientemente de maneira nobre”.

Segundo o presidente do dicastério, as Igrejas devem destinar mais atenção aos artistas presentes em seus respectivos territórios eclesiais, e constituir comissões diocesanas de arte religiosa contemporânea que se coloquem ao lado das iniciativas de conservação e valorização da arte do passado nos museus diocesanos.

O religioso defende ainda que se criem condições para que os artistas possam aprofundar-se na Teologia e no conhecimento dos ritos e símbolos cristãos, de modo que “entrem em uma igreja e saibam perceber qual é o sagrado que sua arte é chamada a fazer viver no coração dos fiéis”.

Além disso, acrescentou o arcebispo, existe o trabalho de manutenção e tutela dos bens culturais que apresenta diversas problemáticas, inclusive pela mudança de algumas concepções. Entre essas mudanças, ele citou a tutela prevista recentemente pela UNESCO também de bens imateriais, que representa uma conquista cultural. Dom Ravasi ressalta, por fim, que o papel da comissão nesses organismos internacionais é atuar na defesa e na valorização do patrimônio cultural religioso.

 

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