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Presidente da Cáritas Internacional pede às autoridades que assegurem tratamento aos enfermos do HIV

Roma (Quinta, 26-011-2009, Gaudium Press) Por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a AIDS, realizado no dia 1º de dezembro, o presidente da Cáritas Internacional, cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, pediu ações imediatas para evitar a morte de crianças afetadas pelo HIV em países pobres. O tema do Dia Mundial desse ano é “Acesso universal aos direitos humanos”.

O cardeal, que também é arcebispo de Tegucigalpa, em Honduras, disse que permitir que crianças soropositivas cresçam e se tornem adultos é um direito humano fundamental. Mas, “para muitos, a promessa de um acesso universal chega tarde demais”.

Segundo a Cáritas Internacional, atualmente metade das crianças afetadas pelo vírus HIV morrem antes de completar dois anos porque vivem em países pobres onde o acesso a tratamentos adequados é muito limitado.

“Às vezes é tarde demais para povos como da África do Sul, como uma mãe cujo filho morreu em seus ombros quando o levava para o hospital”, continuou o cardeal. “Ele tinha uma enfermidade relacionado com a AIDS, como suas duas irmãs, que também já faleceram”.

Segundo o prelado, a mãe está recebendo ajuda da Cáritas, mas “enfrenta a dor diária de ter perdido três crianças que nunca tiveram acesso a tratamentos adequados contra a AIDS”.

O presidente recordou que a Cáritas trabalha em todo o mundo em comunidades onde o HIV está “devastando as famílias” e pediu “aos governos, as empresas farmacêuticas e a comunidade internacional para assegurar que as crianças tenham acesso oportuno aos tratamentos para HIV e tuberculose”.

Com o intuito de atingir tal objetivo, a Cáritas Internacional lançou este ano a campanha “HAART for children”. HAART (Highly Active Anti-Retroviral Therapy, ou seja, Terapia Antibiótica Altamente Ativa) é o nome com o qual se conhece um tipo de terapia capaz de conter a proliferação e o desenvolvimento do vírus da AIDS. Segundo o cardeal Maradiaga, “nenhuma criança deve sofrer por ter nascido em um país onde existe um alto índice de AIDS e sistema precário de saúde”.

A Cáritas gerencia programas contra a AIDS em mais de 100 países e está engajada na luta contra a pandemia por mais de vinte anos.

AIDS no mundo

Existem atualmente dois milhões de crianças menores de 15 anos com HIV. Além disso, cerca de 15 milhões de crianças menores de 18 anos perderam um ou ambos os pais por enfermidades relacionadas à AIDS.

Segundo o relatório “Situação da Epidemia de AIDS 2009”, lançado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última terça, 24, o número de pessoas que contraíram o HIV de 2001 a 2009 diminuiu 17%.

O número de novas infecções também diminuiu de 15% na África subsaariana, em 25% na Ásia Oriental e em 10% no Sul e no Sudeste Asiático. No Brasil, o relatório relata que uma queda substancial na transmissão da AIDS entre os usuários de drogas no meio urbano foi recentemente observada, como resultado de campanhas de orientação sobre a doença.

Existe, ainda, uma ampla distribuição de medicamentos aos infectados pelo HIV, da qual mais de 100.000 pessoas portadoras do vírus tem se beneficiado. Estima-se que hoje existam mais de 600.000 pessoas vivendo com o vírus no Brasil (contra 540.000 em 1999).

Ao mesmo tempo, se tem prolongado a expectativa de vida dos enfermos graças aos medicamentos anti-retrovirais, que têm permitido uma redução na taxa de mortalidade de 10% nos últimos cinco anos. Segundo as estatísticas, cerca de 33 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV no mundo de hoje.

 

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