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Com o coronavírus a Itália volta a ouvir o som dos sinos e tudo que ele evoca

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 16-03-2020, Gaudium Press) Em sua igreja deserta, que foi esvaziada por causa de um minúsculo vírus que fez mudar os ritmos em todo o país, o Padre Martino Gajda, todas as noites, toca os sinos do Campanário da Igreja Paroquial de São Silvestre, em Áquila, na Itália.

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Seu som chega às almas, estimula lembranças, recorda verdades
esquecidas e, acredite: alimenta a Fé.
Foto Arquivo Gaudium Press

A Igreja do Padre Martino é uma maravilhosa obra dos anos 1300 que o terremoto de 2009 destruiu e que está totalmente reconstruída com a força e a boa vontade que caracteriza o povo da região Abruzzo, no centro da Itália.

Depois de estar sendo reconstruída por dez anos, a Igreja abriu suas portas e passou a receber seus fiéis.
Mas o coronavirus chegou de repente trazendo, além da epidemia, uma série de mudanças e mandou de volta os fiéis para suas casas.

Mesmo depois do terremoto, conta o sacerdote, “a Igreja nunca parou”. E não seria o Covid-19 que iria impedir o Padre Martino de continuar sua missão.

Padre Martino aproveita o silêncio do recolhimento dos habitantes e faz soar os sinos. Todos ouvem e de novo sentem chegar até seus ouvidos os sonoros acordes de bronzes centenários:

“Que seja a voz de Deus que entra nas nossas casas” são os seus votos que se ouve dos paroquianos.

O bom exemplo cria uma rede sonora

Desde que o Covid-19 fechou os italianos em casa, a decisão do padre Martino foi repetida em milhares de campanários espalhados pela Itália. Eles soam nos monumentos históricos ou em torres simples da atualidade.

Muitos párocos de norte a sul da Itália acionam os sinos de suas igrejas às 12h, 19h e às 21h todos os dias.

Eles chamam os fiéis à oração.

Ninguém sai de casa, ninguém se reúne, no entanto, celebram espiritualmente, o Sacramento que foi subtraído ao corpo, apenas respondendo a uma antigo sinal que a modernidade tinha deixado de lado, por causa do inevitável “incômodo” no descanso dominical.

Assim, o campanário deixou de ser algo particular e redescobriu sua dimensão.

O campanário com a sonoridade de seus sinos deixou de ser uma coisa privada de uma localidade, mas juntaram-se todos os campanários e unidos em uma rede perfeita de badaladas, eles recordam a todos, das cidades grandes aos vilarejos mais remotos que nesta época de clausura doméstica existe o som que vem do coração, vem do fundo da história, vem da Igreja e vai para muito além do som da televisão.

Badaladas que contagiam mais que o coronavirus

O som dos sinos tem se tornando um poderoso agente de unificação dos italianos.

E cada dia a mais de isolamento o soar dos sinos se alarga para até onde ainda não tinha chegado.

Pouco importa de que campanário venha. Pode ser que seu som parta de um lugar centenário ou mais moderno.

Cada um deles tem provocado um contágio bem mais poderoso que o coronavírus, porque chega às almas, estimula lembranças, recorda verdades esquecidas e, acredite: alimenta a Fé. (JSG)

 

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