Gaudium news > São Roque, o Santo do qual a peste negra tinha pavor

São Roque, o Santo do qual a peste negra tinha pavor

Redação (Segunda-feira, 16-03-2020, Gaudium Press) Que São Roque é forte contra as epidemias, é algo que não apenas testemunha o povo fiel, mas a história. Vejamos.

São Roque nasceu em Montpellier, França, no final do século XIII, de boa formação, pois seu pai era ali governador. Dizem que seu desígnio como homem de Deus estava marcado em seu peito desde o ventre materno, pois uma cruz vermelha aí claramente se plasmava.

São Roque, o Santo do qual a peste negra tinha pavor.png

Desde muito jovem quis se separar dos bens deste mundo e dedicar-se totalmente a Deus, e por isso à imitação de São Francisco distribuiu os bens que havia herdado de seus pais, que haviam morrido quando ele tinha 20 anos.

Querendo conhecer o berço e a cabeça da Cristandade, Roma, Roque empreendeu para lá o seu caminho de peregrino até que o deteve não a peste, mas o desejo de atender os que foram atingidos por ela, em Aquapendente, já na Itália.

A peste, ou peste bubônica, ou peste negra, esse terrível flagelo que assolou particularmente a Europa no século XIV, que vinha da Ásia, que se estima que matou somente na Europa 30 milhões de pessoas -um terço da povoação-, que tinha esse efeito obscuro e sinistro que era o de escurecer a pele, que era transmitida por pulgas que picavam ratos infectados provenientes também da Ásia. Essa peste era a que todo mundo temia e se pudesse fugia: menos Roque.

São Roque o filho do governador convertido em pobre peregrino, suspendeu sua viagem à Roma para se dedicar a atender os enfermos, aos quais curava com o sinal da Cruz. De Aquapendente passa à Cesena, chega finalmente à Roma, e “em todas partes o terrível açoite desaparecia diante de seu milagroso poder”. Passa logo à Mântua, Modena, Parma, e se corre a voz de que a peste foge diante de sua presença. O poder de uma alma inocente, unida estreitamente à Deus, dono dos elementos.

São Roque se recupera da peste

Mas Deus quis que sua entrega fosse completa, e permitiu que a própria peste lhe infligisse sofrimento, mas não a derrota final: em Piacenza, começa a sentir os sintomas da terrível enfermidade. Caritativo ao extremo com seus semelhantes, se retira a uma cabana de um bosque vizinho, se diria que a morrer e ir ao céu. Mas Roque não morre, se recupera, retorna a Montpellier e ali falece. No entanto sua fama de santidade começa a crescer, e também sua eficácia contra a peste.

As orações ao Santo se mostram fortes contra a enfermidade. Em Constanza se reúne o Concílio, em 1414, esse que colocaria fim ao cisma do Ocidente. Mas como o demônio não queria que terminasse a divisão que feria há décadas a Cristandade, se infesta a peste nessa cidade. No entanto, para um terrível mal, aí está a cura: Os padres conciliares ordenam orações públicas, diversas rogativas e procissões à Roque de Montpellier, e cessa a peste. A fama do Santo cresce.

Suas relíquias se encontram em Veneza, onde foram conduzidas de forma clandestina. No mundo inteiro há imagens do ilustre Santo com o cachorro, do Santo da peste. E no mundo inteiro há devotos seus, que lhe imploram o alívio de todo tipo de males: também do ágil coronavírus. (EPC)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas