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Bispo Argentino fala sobre a devastação da liturgia

La Plata – Buenos Aires (Quinta-feira, 05-03-2020, Gaudium Press) O arcebispo emérito de La Plata, na Provincia de Buenos Aires, na Argentina, Dom Héctor Aguer, em sua coluna editorial no programa “Claves para un Mundo Mejor”, do Canal 9 de TV, fez algumas reflexões e catequeses sobre o que definiu como sendo uma “devastação da liturgia” nas celebrações das Missas.

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Bispo Argentino fala sobre a devastação nas celebrações de Missas:
Perdeu-se o sentido do Mistério Litúrgico.
Foto: ACI

Ele recordou que no ano passado já havia comentado um caso muito particular de uma Missa em uma praia na qual o celebrante utilizou como cálice uma cuia de chimarrão, algo que deu muito o que falar.

O Prelado diz que pode-se ver na internet um outro caso onde um sacerdote celebra Missa em um quartinho onde vê-se todas as evidencias de que aconteceu ali uma reunião: sobre uma mesa estão papéis, copos, garrafas com refrigerantes. E ali celebrou-se uma Missa.

Para Dom Aguer, “Tudo isso não é mais que a ponta de um iceberg daquilo que eu chamaria de devastação da liturgia”.

“Certamente existem sacerdotes que celebram muito corretamente a Missa, porém, existem outros que não e, em muitos lugares, a tendência é converter a Missa em uma espécie de espetáculo, em um show, inclusive com saltos, cantos a missa das crianças parece uma festinha de meninos”, afirmou o arcebispo em seu programa.

Perdeu-se o sentido do Mistério Litúrgico

“O que significa isso? “

Foi o que se perguntou o Prelado para, em seguida, ele mesmo responder:
“Significa que se perdeu o sentido do mistério litúrgico porque se perdeu a solenidade, a beleza, a seriedade e o ajustar-se às rubricas que a Igreja quer para celebrar a Missa.”

Segundo explicou Dom Aguer, “Um sacerdote não pode fazer o que quer na Missa. O Concilio Vaticano II dizia na Constituição para a Sagrada Liturgia que ninguém, ainda que seja sacerdote, se atreva a tirar, pôr ou mudar nada por iniciativa própria na liturgia. Isso não tem sido levado em conta, como se tivesse existido o Concilio Vaticano II”.

“Aqui o problema é este: lembramos o que é a Missa ou já esquecemos o que é ela? A missa é um encontro fraterno ou é o sacrifício mesmo de Jesus que se faz sacramentalmente presente? 

Essa expressão do “santo sacrifício da missa” parece que caiu em desuso.

Não é um encontro de irmãos, ele o é secundariamente, em todo caso, porém, primeiramente é a Igreja que se reúne para celebrar o culto de Deus e o culto de Deus por excelência, na Nova Aliança, é a oferenda ao Pai do sacrifício pascal de Jesus que se faz presente sacramentalmente pela ação do Espírito Santo”.

Um problema mundial, lamentavelmente…

“A Missa é um mistério! Não podemos usar a missa para nos divertir um pouco ou para nos sentirmos mais confortáveis.
Infelizmente, isso se espalhou enormemente na Argentina e em outros lugares.

Lembro-me de que no ano passado, ou no ano anterior, me encontrei em Roma com o cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e, falando sobre essas questões, eu disse:

“Na Argentina, a liturgia é devastada”, e ele me respondeu:

“Não é só na Argentina.”

“Então, infelizmente, é um problema mundial “.

“E o que fazemos?”

O Cardeal respondeu:

“Os fiéis que vão à missa aos domingos têm o direito de celebrar a missa como a Igreja quer e não como cada padrezinho com sua missazinha, mas como a Igreja quer e ensina.

Há uma objetividade na liturgia e essa objetividade é a garantia de que o essencial é respeitado, porque, se não, o mistério litúrgico se perde e isso não ajuda a formar bem os fiéis, mas sim que isso desvia os fiéis. “

Dom Aguer conclui seu programa afirmando:

“Não se pode levar uma vida espiritual séria de oração autêntica, de adoração a Deus, se alguém não entende o mistério litúrgico e não o vive intensamente”. JSG

 

 

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