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Diocese de Campo Grande forma agentes para a prevenção ao suicídio

Campo Grande – Mato Grosso do Sul (Quarta-feira, 04-03, Gaudium Press) Cerca de 5 mil fiéis estiveram no último domingo, 01 de março, no Ginásio Poliesportivo Dom Bosco, em Campo Grande, para a missa de abertura oficial da Campanha da Fraternidade 2020. Como é sabido, o tema da CF deste ano é inspirado na parábola do Bom Samaritano, narrada no Evangelho de Lucas.

 

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O Mato Grosso do Sul, até recentemente, tinha o
segundo lugar no Brasil em índices percentuais de suicídio.
Foto Arquidiocese

A celebração foi presidida por Dom Dimas Lara Barbosa, arcebispo de Campo Grande, que encorajou as comunidades a olhar para as periferias existenciais e agir concretamente através das diversas atividades das pastorais sociais:

“A nossa opção foi incentivar a cada comunidade, a cada paróquia, a escolher uma das pastorais sociais – ou mais, se preferirem – de acordo com a realidade de cada uma delas.

Nós temos pastorais sociais já bem desenvolvidas, como é o caso da Pastoral da Criança, do Menor, da Saúde, Carcerária, da Pessoa Idosa. E nós queremos, então, que essas pastorais possam ser mais focadas e desenvolvidas nas diversas comunidades e paróquias: que cada comunidade possa, segundo o lema da Campanha da Fraternidade, parar, ver, sentir compaixão e cuidar daqueles que mais precisam.”

Uma novidade prevenção ao suicídio

Na capital do Mato Grosso do Sul, em nível diocesano, a Igreja vai promover ações de prevenção ao suicídio.

Uma dessas atividades é a promoção de cursos de capacitação, inclusive como o modelo de Educação à Distância, para formar agentes que trabalhem na prevenção ao suicídio, dando continuidade ao projeto iniciado ainda em 2018.

Dom Dimas explica porque o destaque à prevenção ao suicídio:

“Como projeto diocesano, nós queremos dar continuidade a um trabalho já iniciado na Campanha de 2018 que tratou da superação da violência.
Naquela ocasião, nós havíamos montado 11 grupos de trabalho pensando na superação da violência contra a criança, contra a mulher, contra a pessoa idosa, a questão do narcotráfico, do crime organizado, a violência contra os povos indígenas, a violência racial e um grupo particularmente novo na nossa região ganhou corpo que é o que pretendia trabalhar a prevenção contra o suicídio, que hoje é praticamente uma epidemia mundial. “

O suicídio no Mato Grosso do Sul

“O Mato Grosso do Sul, até recentemente, tinha o segundo lugar no Brasil em índices percentuais; agora diminuiu um pouco, passou para terceiro lugar, mas, mesmo assim, o índice ainda é muito alto.

Então, 2018, nós tivemos a oportunidade de promover vários cursos de prevenção ao suicídio”, explica o arcebispo que continua falando de iniciativa sua iniciativa:

“Nós queremos criar um curso de Educação à Distância, modelo EaD, portanto, para formar pessoas que possam estar colaborando nessa prevenção ao suicídio em qualquer canto do Brasil que assim desejarem.

Esse curso, naturalmente, será aberto a qualquer pessoa que queira.

A prevenção de suicídio não é típica de católicos.”

A Arquidiocese está implementando a Pastoral Prevenção ao Suicídio. Quem quiser participar como voluntário, pode se inscrever em link disponível no próprio site, onde se encontra também endereço de e-mail e contato telefônico para outras informações.

24 horas de Ministério da Escuta

Os suicídios, segundo especialidades no tema, são mais do que fatalidades.

Pesquisas acadêmicas revelam que pelo menos 90% dos adolescentes que se matam têm algum tipo de problema mental que varia da depressão, a principal causa para suicídios nessa faixa etária, passando pela ansiedade, violência ou vício em drogas.

Por esse motivo o Ministério da Escuta, um serviço de acolhida também a esses problemas, será criado em Campo Grande, adianta Dom Dimas:

“Queremos dar também uma matriz, um rosto especificamente católico e cristão para o Ministério da Escuta que nós pretendemos criar.
Já estamos também com a grade bastante avançada e a ideia é ter centros de referência onde as pessoas possam encontrar ali, voluntários que, 24 horas por dia, estarão disponíveis para ouvir a qualquer um que venha simplesmente para desabafar, para falar das suas angústias.

Naturalmente essas pessoas terão que ter feito o curso de prevenção ao suicídio, mas elas vão além, porque elas deverão ouvir também pessoas que tenham problemas familiares, violência doméstica e muitas outras coisas que não estão levando necessariamente a uma ideia à ação suicida, mas podem estar levando a angústias muito sérias, simplesmente por não terem com quem partilhar.”

O Arcebispo de Campo Grande encerrou suas afirmações dizendo com ênfase e esperança:

 
“Ainda é um projeto embrionário, mas com a graça de Deus queremos dar passos significativos.
Queremos nós mesmos nos tornarmos uma Igreja Samaritana para levar outros a parar, ver, compadecer-se e cuidar de quem precisa.” (JSG)

 

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