A Necessidade de um estilo católico de moda
Estados Unidos – Buffalo (Sexta-feira, 21-02-2020, Gaudium Press) A Doutora Justyna Braun, Professora de literatura e filosofia da Academia Chesterton, dedicou um artigo de análise na revista ‘Crisis Magazine’ a um problema compartilhado por não poucos educadores: como motivar seus estudantes a se vestir com modéstia de uma maneira convincente. Os documentos existentes normalmente se limitam a mostrar preocupação pelas tendências imorais ou condenar roupas específicas, mas deixam um vazio no campo de uma proposta chamativa que oriente de maneira concreta as novas gerações.
“Ao longo prazo, as regras restritivas não ajudam ninguém a se vestir bem”, indicou a acadêmica em sua reflexão. “Os estudantes se rebelam ou simplesmente usam o que parece mais cômodo. Creio que a razão é que a maioria dos adolescentes, e os adultos, nunca aprendem a conquistar uma aparência elegante e raramente consideram por que é importante que se vejam melhor”.
As considerações morais sobre a moda tem uma longa história, e as soluções que cada época implementou são muito variadas, mas a autora reconhece dois aspectos próprios da época atual: “Primeiro está o abandono dos princípios estéticos na moda. Muitos de nós queremos parecer bem, mas não sabemos como fazê-lo”, indicou. “O segundo é a confusão das identidades de gênero. As mulheres se vestem livremente com roupas masculinas, enquanto que os homens recorrem a métodos tradicionalmente femininos para cultivar a aparência pessoal”.
Sobre a primeira característica, a perda do sentido da beleza, Braun recorda que vestes de outras épocas buscavam relações harmônicas entre as medidas do corpo e estabeleciam cânones às vezes restritos. “Meus alunos se surpreendem quando lhes digo que a moda, como a matemática ou a gramática, tem suas próprias regras derivadas da ótica e da geometria”, comentou a professora. “Em um mundo onde supostamente tudo vale, a ordem na aparência oferece um poderoso testemunho da existência da beleza”.
Mais preocupantes que o tema anterior, a autora assinalou as dificuldades que representa o desaparecimento das distinções entre o masculino e o feminino na moda atual. “Tal eliminação das diferenças sexuais entre homens e mulheres é quiçá mais atroz que a sobresexualização do corpo humano e o comportamento através da moda”, alertou. “Ao desfocar as distinções entre os sexos, conseguimos o efeito contrário: no lugar de ressaltar as características sexuais masculinas e femininas e prescrever os papéis masculinos e femininos nas relações, pretendemos que o sexo expresse somente uma escolha pessoal”.
Braun defende uma diferenciação clara expressa na moda através da aplicação de princípios de design como uma forma de ir na contra-mão diante das propostas da ideologia de gênero. “A roupa que afirma nossa masculinidade ou feminilidade combate uma ideologia que rompe a relação entre nossos corpos e nós mesmos”, concluiu. “Em última instância, vestir-se bem e vestir-se de acordo com nossa natureza dada por Deus estão conectados. Nos remetem a fontes objetivas de beleza e ordem natural”. (EPC)
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