Coluna mariana volta à Praça da Cidade Velha de Praga
Praga – República Tcheca (Quinta-feira, 20-02-2020, Gaudium Press) “Acompanho a construção da Coluna Mariana que começou hoje com a oração!” , foi o anúncio feito na segunda-feira, 17/02, pelo cardeal Dominik Duka, arcebispo de Praga, em sua conta no Twitter, comemorando o início dos trabalhos prévios à construção do monumento.
Em 3 de novembro de 1918, comunistas e organizações socialistas derrubaram a Coluna Mariana. Foto VaticanNews |
Depois de 30 anos de controvérsias e a negativa do Conselho da Cidade, a imagem da Virgem, no alto de uma coluna, retornará ao centro histórico da capital tcheca.
O post do cardeal mostra a foto da área da praça onde, pela manhã, um grupo de trabalhadores municipais isolou uma área de 7,5 x 7,5 m² e começou a remover os paralelepípedos, o que permitirá o devido estudo arqueológico antes da construção.
História da controvérsia e reconstrução
A restituição da imagem mariana para a Praça da Cidade Velha de Praga tem sido objeto disputas e duras controvérsias, desde que em 1989, quando caiu o regime comunista na país.
A disputa teve seu desfecho no último 23 de janeiro, quando a maioria dos vereadores de Praga aprovou o projeto que já havia sido apresentado em outras ocasiões pela “Sociedade para a Renovação da Coluna Mariana” que sempre contou com o apoio da arquidiocese e do cardeal Duka.
Tweet do Cardeal
No o dia em que o prefeito de Praga aprovou a moção que concede a reconstrução da Coluna, o cardeal Duka publicou um tweet de agradecimento à cidade:
“Gostaria de expressar minha gratidão ao Conselho da Cidade de Praga por sua decisão. Essa coluna mariana será erguida como um símbolo de reconciliação e cooperação”, além disso, o cardeal destacou o fato de a aprovação ter sido “uma demonstração de respeito pela Mãe de Jesus Cristo.”
As disputas em torno do monumento
Na última sexta-feira, apesar de ter sido anunciado por alguns meios de comunicação que o início da reconstrução seria na última segunda-feira, a notícia foi tomada com cautela, pois, em várias outras ocasiões, havia sempre uma disputa entre aqueles que veem a coluna como Símbolo da vitória dos católicos sobre os suecos protestantes e aqueles que a identificam com o domínio da Monarquia dos Habsburgo e, por isso mesmo, sempre houve a anulação ou impedimento de qualquer tentativa de restituir o monumento ao seu local de origem.
História da Coluna: amada e odiada
A coluna foi realizada e edificada pelo escultor tcheco mais representativo do barroco Jan Ji?í Bendl, em 1650, por ordem do rei Fernando III em ação de graças pela vitória sobre as tropas suecas e protestantes durante a Guerra dos Trinta Anos.
Porém, no século XIX, a corrente nacionalista tcheca que se considerava herdeira do movimento protestante hussita, identificava a coluna mariana como submissão ao Império Austro-Húngaro e, portanto, ao catolicismo.
Assim foi que, seis dias após a criação da Tchecoslováquia, em 3 de novembro de 1918, em meio a um comício político de trabalhadores e organizações socialistas no país, uma multidão de manifestantes derrubou o monumento.
Desde então, os escassos restos de uma das colunas marianas mais antigas e famosas da Europa foram depositados no lapidário do Museu Nacional, onde estão ainda hoje.
A volta à Praça
Foi feita uma réplica da coluna. Ela foi uma realização do escultor Petr Vá?a e permaneceu por alguns anos no porão de um navio ancorado às margens do rio Vltava.
O artista começou a trabalhar na cópia em 2008, e a última tentativa da Associação para instalá-la foi em 2015, quando escavou na praça com uma pá mecânica que foi imediatamente bloqueada pela polícia municipal.
Como a original, a estrutura tem cerca de 14 metros de altura e no topo está a imagem da Imaculada Conceição com o dragão derrotado sob seus pés.
Enquanto isso, o estudo arqueológico tenta alcançar as placas da base original, que deve estar cerca de 48 centímetros abaixo da superfície atual.
Vá?a explicou à televisão checa (CTV) que eles poderiam encontrar uma primeira pedra original de 1650, sob a qual deveria haver uma placa de fundação.
Segundo o artista, a construção deve começar depois da Páscoa e estar pronta em meados de setembro.
(JSG)
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