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Você sabe quem foi São José Sánchez del Río?

Redação (Segunda-feira, 10-02-2020, Gaudium Press) José Sánchez del Río foi um menino mexicano que se uniu aos Cristeros e que morreu mártir na perseguição religiosa movida pelo regime comunista que dominou o México na segunda década do século XX.

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Seus lábios somente se abriram para gritar:
‘Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!'”.
Foto: ACI

“Joselito”, como é conhecido, nasceu em 28 de março de 1913, em Sahuayo, Michoacán, no México.

Em 1926, quando os comunistas de Plutarco Elías Calles decrementaram a suspensão do culto público em seu país o menino tinha poucos meses mais que 13 anos.

Foi nesta ocasião que, em legítima defesa de suas vidas e em defesa da Igreja, leigos, sacerdotes e religiosos católicos levantaram se em armas defendendo a Fé em Cristo. 

Os que aderiram ao movimento e ao exército que dai nasceu receberam o nome de Cristeros.O país inteiro se envolveu nesta guerra.

Calcula-se que cerca de 250 mil pessoas morreram nos assaltos e combates nos dois lados.Entusiasmado Joselito obteve autorização dos pais para se alistar como soldadopara lutar em defesa da causa de Cristo e de sua Igreja, nas hostes do católoicas do general Prudencio Mendoza .

Nunca foi tão fácil ganhar o céu…

Querendo preservá-lo por causa de sua pouca idade, a mãe tentou dissuadi-lo do alistamento, contudo sua resposta respeitosa, firme e cheia de Fé foi:

“Mamãe, nunca foi tão fácil ganhar o céu como agora e não quero perder a oportunidade”.

O menino José Sánchez del Río foi preso em meio aos combates e refregas, torturado e, por não negar e renunciar sua Fé em Jesus Cristo foi assassinado em 10 de fevereiro de 1928. Aos 14 oficiais comunistas o martirizaram.

Os suplícios

O ódio dos carrascos não conseguiu dissuadir o jovem combatente Cristero. A Fé de Joselito e seu amor à Igreja sobrepujaram a impiedade e o orgulho dos seus algozes. 

Mas a maldade deles era grande e ultrapassou a imaginação de qualquer mente doentia:

Eles cortaram-lhe a sola dos pés e o levaram caminhando descalço até a beira do que seria o seu túmulo.Enquanto caminhava, Joselito rezava e bradava o brado Cristero “Viva Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe!”.

Ao chegar diante do seu túmulo ele foi pendurado em uma árvore e esfaqueado. 

Um dos carrascos o desceu e perguntou que mensagem deixava aos seus pais. O menino respondeu: “Que viva Cristo Rei e que nos veremos no céu”. 

Estas foram suas últimas palavras: seu carrasco lhe deu um tiro na cabeça e o matou.

  São José Sánchez del Río  

São José Sánchez del Río foi beatificado em Guadalajara, no México, em 20 de novembro de 2005, pelo Cardeal José Saraiva Martins.

A canonizado foi em em Roma, em 16 de outubro de 2016.

Fatos maiores que uma criança 

1. Ele pediu a Deus a graça de morrer mártir

Quando a sua família se mudou para Guadalajara, José visitou o túmulo do advogado Anacleto González Flores, martirizado no dia 1º de abril de 1927. 

Ali, o menino pediu a Deus a graça de poder morrer como Anacleto em defesa da fé católica.Uma das 27 testemunhas durante o seu processo indicou que o jovem decidiu se unir aos Cristeros nessa visita-peregrinação. 

A sua decisão se tornou mais forte e implorou aos seus pais para que autorizassem que se unisse aos Cristeros.

No início, eles negaram por causa de sua pouca idade. Ele mesmo chegou a dizer à sua mãe: “nunca foi tão fácil como agora ir para o paraíso”.

No final, deram-lhe sua permissão e bênção.

2. Deu a vida por um Cristero

José serviu aos Cristeros – que inicialmente não quiseram aceitá-lo porque era jovem e pelo perigo ao qual estaria exposto – como porta-estandarte da imagem da Virgem de Guadalupe, mas não chegou a participar ativamente nos confrontos armados.

Em 6 de fevereiro de 1928, durante um confronto entre as tropas do governo e os Cristeros, atiraram no cavalo do chefe Cristero Luis Guízar Morfin.

Joselito desceu do seu cavalo e em um “ato heroico” para que o chefe não fosse preso, disse-lhe: 

“Meu general, pegue o meu cavalo para que se salve; você é mais necessário e fará mais falta do que eu nesta guerra”.Então Guízar Morfín conseguiu fugir e o jovem foi capturado junto com o seu amigo Lázaro.

3. O local do seu batismo foi sua prisão

Depois de ser capturado em 7 de fevereiro de 1928, Joselito foi preso no batistério da igreja de São Tiago Apóstolo, em Sahuayo, que havia sido transformado em um cárcere e cavalaria das tropas do governo.

Assim, o local onde ele foi batizado se tornou sua prisão.

4. Defendeu uma igreja transformada em galinheiro

O postulador contou que o tabernáculo e presbitério da igreja onde estava preso foram transformados em um galinheiro, onde treinavam os galos de briga do governador.

José “reagiu com força, matando os galos, sem medo das ameaças de morte”.

Então, disse ao carcereiro: 

“A casa de Deus é para orar, não para refúgio de animais. Estou disposto a tudo. Fuzile-me para que eu esteja logo diante de Nosso Senhor e peça para confundi-lo!”.

5. Viveu a sua fé sem medo do perigo

O comunista Plutarco Elías Calles promulgou várias restrições à Igreja e as pessoas que ousavam desobedecer e professar a sua fé eram enviados para a prisão e executadas.

“Participava das catequeses e estava muito comprometido nas difíceis atividades paroquiais (…) recebia os sacramentos, quando podia, pois o culto público estava proibido, colocando a sua vida em perigo; rezava o terço todos os dias com a sua família.

Embora ainda fosse muito jovem, José compreendia bem a perseguição que estavam vivendo no México”, indicou o postulador.

“A etapa da adolescência – explicou o sacerdote – tem características especiais muito conhecidas: tempo de buscar um modelo para se identificar e de um ideal que fundamenta a vida. 

José o encontrou em Cristo e seu maior desejo foi se entregar totalmente em favor da Igreja ofendida”.

6. Seu padrinho de primeira comunhão mandou assassiná-lo

Segundo recordou o postulador, o padrinho de primeira comunhão de Joselito foi Rafael Picazo Sánchez.

Também tinham parentesco e era amigo da família.

Foi ele quem, influenciado pelo presidente Calles e seu ódio pela Igreja, mandou assassiná-lo. É considerado “o autor intelectual” do martírio de Joselito.

7. Cortaram a sola dos seus pés

No principio, Rafael Picazo não queria assassiná-lo, assim fez várias propostas tentadoras ao menino a fim de que renunciasse a sua fé. 

Ofereceram-lhe inscrevê-lo na prestigiosa escola militar do regime e até mesmo enviá-lo aos Estados Unidos. Joselito recusou todas as propostas.

Então, Picazo pediu à sua família 5 mil pesos de ouro para pagar o seu resgate. 

Seu pai conseguiu o dinheiro, mas José pediu para que não pagasse o resgate, porque ele já tinha oferecido a sua vida a Deus e “a sua fé não estava à venda”.

Duas testemunhas do seu martírio contaram que cotaram a sola dos seus pés e lhe obrigaram a caminhar descalço até o seu túmulo, enquanto o espancavam.

O Pe. Gonzalez disse que “queriam obrigá-lo a abandonar a fé com a tortura, mas não conseguiram. Seus lábios somente se abriram para gritar ‘Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!'”.

No cemitério, o chefe dos soldados ordenou que o esfaqueassem para que os tiros não fossem ouvidos. A cada facada, José gritava:

“Viva Cristo Rei!!”, “Viva a Virgem de Guadalupe!”. Depois, o chefe deu dois tiros na sua cabeça. Eram 23h30 do dia 10 de fevereiro de 1928.(JSG)

 

(Da Redação, com informações ACI Digital)

 

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