Tribunal recorre a lei islâmica para validar casamento forçado de cristã
Karachi – Paquistão (Segunda-feira, 03-02-2020, Gaudium Press) O Supremo Tribunal de Karachi, no Paquistão, recorreu à ‘sharia’ (lei islâmica) com a finalidade de tornar válido o casamento forçado de Huma Younus, uma cristã de 14 anos, que foi raptada e forçada a converter-se ao Islamismo.
Tribunal de Karachi recorre à ‘sharia’ para tornar válido casamento forçado de Huma Younus. Foto: Nailai Nayant-Redes Sociais |
Lei apenas para ser vista e impressionar a Opinião Pública
A lei nacional paquistanesa proíbe o casamento de mulheres menores de 18 anos, recorda o advogado Tabassum Yousaf.
Segundo Yousaf, “Esperávamos que com este caso a lei fosse aplicada pela primeira vez, mas claramente no Paquistão estas leis apenas são formuladas e aprovadas para dar crédito ao país aos olhos da comunidade internacional, para pedir fundos para desenvolvimento e conseguir livre acesso aos mercados europeus para produtos paquistaneses”, lamenta o advogado.
A próxima sessão do processo no Tribunal será no dia 4 de março.
“Esta sentença envergonha o sistema judicial paquistanês”, diz Alessandro Monteduro, do secretariado italiano da AIS.
“É inimaginável que a lei Sharia possa prevalecer sobre a lei nacional. Expressamos toda a nossa indignação, mas ao mesmo tempo não desistimos. Pela menina Huma e pelas mais de mil adolescentes e pré-adolescentes que são raptadas, violadas, convertidas à força e obrigadas a casar com o seu raptor”.
Disse ainda Monteduro: “Hoje aprendemos que vale tudo, porque no Paquistão até uma menina de oito ou nova anos pode ser dada legalmente em casamento”. (ARM)
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