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“A família não pode ser substituída por ninguém”, afirma o Cardeal Cañizares

Espanha – Valência (Quarta-feira, 29-01-2020, Gaudium Press) As polêmicas afirmações da ministra de Educação e Formação Profissional da Espanha, Isabel Celaá, que declarou que os filhos “não pertencem, de nenhuma maneira, aos pais”, encontraram resposta na Carta Semanal do Arcebispo de Valência, Cardeal Antonio Cañizares, que intitulou seu documento como: “Os filhos não pertencem aos pais?” e resumiu nele os principais argumentos da doutrina católica sobre o poder dos pais sobre os filhos. O purpurado alertou, ainda, sobre os riscos de tendências totalitárias por parte das autoridades.

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“É verdade comumente admitida que compete à família, aos pais, o direito e o dever originário de educar a pessoa humana, aos filhos, enquanto pessoas que são. Esta missão educadora dos pais, arraigada na mais profunda entranha de seu ser pais, está baseada em sua participação, para os fiéis, na obra criadora de Deus e, para todos, na razão”, expôs o Cardeal Cañizares. “Somente os sistemas ditatoriais, as ditaduras, afirmam que este direito-dever lhe corresponde ao Estado, porque os filhos não são dos pais, não pertencem aos pais, mas ao Estado”.

O Cardeal explicou que a família é uma comunidade de pessoas à serviço da vida, e que sua missão não acaba simplesmente na transmissão da vida, mas que se prolonga na educação dos filhos. “A família é a estrutura do amor onde se descobre o acontecimento maravilhoso da vida: onde se aprender a amar, onde toma corpo de verdade a liberdade, e onde se aprende a ser verdadeira e plenamente homem”, afirmou o purpurado. O Arcebispo também recordou que São João Paulo II, em sua Exortação Pós-sinodal sobre a família ensinou sobre o caráter “insubstituível e inalienável” da relação de amor entre pais e filhos.

“A família é a grande escola da sociedade”, afirmou o Cardeal Cañizares. “Não pode ser suplantada por nada nem por ninguém. Assim o reclama não somente o bem privado de cada pessoa humana mas o bem comum, o bem da sociedade, inseparável sempre do bem da pessoa”. Por este motivo, a sociedade deve estar à serviço da família, também no relacionado à educação, e não pode “substituí-la de modo algum, nem invadir sua inalienável missão”.

O purpurado concluiu sua carta questionando as motivações das afirmações da funcionária e advertindo sobre os riscos da possível implementação desta visão na educação. “Se quer voltar ao passado e ressuscitar uma nova ditadura?”, perguntou o Arcebispo, que comparou a proposição aos modelos de Cuba, China ou da União Soviética. “Onde fica a liberdade de ensinamento, a liberdade religiosa e moral e que espaço fica para o que não seja o pensamento único e dominante? Assim se pensa progredir?”, concluiu. “Isto é um retrocesso muito grande. Me desculpe. Deve esclarecer-se o Governo e não falsear nem enganar, porque vai contra o bem comum, objetivo inescapável que deveria se buscar”. (EPC)

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