Terroristas do Boko Haram matam 50 pessoas no Lago Chade

Chade – Jamena (Segunda-feira, 06-01-2020, Gaudium Press) No sábado (04-01) o mundo tomou conhecimento de que no dia 22 de dezembro último, o grupo de fanáticos muçulmanos denominado Boko Haram voltou a realizar sua ação característica de espalhar terror através do medo e de mortes.

A área em que o Boko Haram age vai do norte da Nigéria, chegando aos vizinhos Níger, Chade, Camarões. Foto: Arquivo Gaudium Press

O último lance dessa tragédia de muitos atos aconteceu com o ataque de homens fortemente armados pertencentes a essa organização terrorista, disfarçados de comerciantes de peixe, atacou pescadores que trabalhavam no Lago Chade, na fronteira com o norte da Nigéria.

Essa ação resultou na morte de, pelo menos, 50 pessoas de várias nacionalidades.

A área onde aconteceu os assassinatos fica em território chadiano, na fronteira com o norte da Nigéria e é frequentemente palco de incursões do grupo islâmico.

A notícia do ataque terrorista foi confirmada pelas autoridades municipais locais, baseada no testemunho de alguns sobreviventes.

Boko Haram: anos de terror entre a Nigéria e os países vizinhos

Em uma entrevista ao Vatican News, Enrico Casale, especialista em assuntos africanos, informa que esses fundamentalista islâmicos nasceram nos anos 2000.

Inicialmente os membros do Boko Haram, se ligaram à rede de Al Qaeda, liderada, então, por Osama Bin Laden.

Depois, esses terroristas aderiram ao autodenominado Estado islâmico e seus tentáculos chegaram também até o grupo fundamentalista da Somália, Al Shabaab e, com ele, promoveram não só contatos, mas atividades.

A área em que o Boko Haram age vai desde o norte da Nigéria, (em particular com ações no território do Estado de Borno), chegando aos países vizinhos: Níger, Chade, Camarões que, recentemente, concordaram em realizar uma série de contra medidas a serem tomadas em conjunto.

Isso, porém, não tem intimidado os terroristas do Boko Haram, suas ações não diminuíram e vão ficando mais espetaculares.

Boko Haram: ideologia louca, terrorismo ou fanatismo religioso?

Enrico Casale afirma em sua entrevista que o Boko Haram, impõe uma leitura literal da lei islâmica, considerando sacrílego outras interpretações do Alcorão que não seja a sua e bem como sacrílegas todas as outras religiões.

Isso faz com que os membros desse grupamento fanático-religioso causem vítimas entre os muçulmanos, mas também num número, cada vez mais crescente, de vítimas cristãs.

Além dos numerosos ataques e ações armadas, os jihadistas operam também através do sequestro, sobretudo de menores, que têm como destino morrer ao serem usados como escudos e bombas humanas.

Entre os episódios espetaculares e propagandísticos mais marcantes que atrapíram a atenção do mundo, está o sequestro, em abril de 2014, de quase 300 alunas de uma escola em Chibok, Borno.

Mais de cinquenta dessas meninas conseguiram escapar, mas as restantes nunca foram libertadas e o seu destino ainda hoje é desconhecido. (JSG)