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Vaticano encerra semana de astrobiologia

Cidade do Vaticano (Quarta, 11-11-2009, Gaudium Press) Concluiu-se nesta terça-feira, no Vaticano, a Semana de Estudos sobre Astrobiologia, seminário de quatro dias realizado por ocasião das celebrações do Ano Internacional da Astronomia, comemorado em função do aniversário de 400 anos das primeiras observações de Galileu Galilei. O evento foi promovido pela Pontifícia Academia para a Ciência e pela Specola Vaticana.

O debate reuniu, a convite da Pontifícia Academia, 30 renomados cientistas, astrólogos, biólogos, físicos, geólogos e químicos de diferentes países. Para o Padre Chris Impey, astrônomo da Universidade do Arizona, que participou da coletiva de imprensa nesta terça-feira, o fato de o evento ter sido realizado na “casa do Papa” demonstra o nível cada vez mais profícuo de diálogo entre a Igreja e a ciência.

Os convidados eram “especialistas em seu campo” e “não lhes pedimos certidão de batismo”, explicou o padre José Gabriel Funes, diretor do Observatório Astronômico do Vaticano, a Specola Vaticana.

Além do padre Funes e do padre Impey, também participaram da coletiva de ontem o professor Jonathan Lunine, do departamento de Física da Universidade de Tor Vergata, em Roma, e a Dra. Athena Coustensis, do Observatoire de Paris-Meudon, de Paris.

A astrobiologia vem sendo considerada como um novo campo de estudos da astronomia que engloba elementos de campos como a própria astronomia, além da cosmologia, biologia, química, geologia e física. Estuda, basicamente, como as diferentes formas de vida se desenvolvem nos planetas segundo os elementos químicos e físicos que a possibilitam. A área ganhou fôlego com as descobertas cada vez mais frequentes de corpos celestes fora do nosso Sistema Solar.

Os cientistas reunidos na Semana de Estudos debateram também a possibilidade de existência de formas primitivas de vida extraterrestre, como bactérias, revelou ontem o padre Funes. Para justificar tal viabilidade, ele destacou que o universo é feito “de carbono, água e energia” – elementos essenciais para o desenvolvimento da vida em seu aspecto bioquímico – e que “o cosmos” está cheio dessas substâncias. Também destacou que “progressos incríveis foram feitos na pesquisa sobre os planetas”: foi apenas “em 1995, que encontramos o primeiro planeta fora do sistema solar” e, agora, “conhecemos mais de 400”.

No momento, os cientistas estão muito cautelosos com qualquer declaração nesse sentido até que algo de concreto seja descoberto. O que, segundo o professor Lunine, pode ocorrer “nos próximos 10 anos ou nunca”.

 

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