Assassinato de Cristãos no Natal faz "parte de um drama mais amplo", diz Bispo nigeriano
Abuja – Nigéria (Segunda-feira, 30-12-2019, Gaudium Press) Dom Matthew Kukah, Bispo de Sokoto, na Nigéria, declarou que a execução de dez cristãos realizada um dia após o Natal pelo Estado Islâmico (ISIS) , faz parte de um drama vivido diariamente:
“Isto faz parte de um drama muito mais amplo com o qual vivemos diariamente. “
“É muito difícil compreender por que o governo não faz progressos no enfrentamento desta crise; 30 pessoas morrem, 59 pessoas morrem, e esses incidentes só produzem condenações formais por parte dos líderes do país, mas sem um sentido de urgência.
Seguimos em frente como se tudo isso fosse normal”, disse o Prelado.
“Onde está a repulsa moral diante dessa tragédia? ” perguntou o Bispo.
Vídeo do ISIS
Em 26 de dezembro, um vídeo publicado pelo ISIS mostrou a aparente decapitação de 10 cristãos feitos reféns na África Ocidental.
Um décimo primeiro homem, identificado como muçulmano, recebeu um disparo.
A BBC afirmou que o vídeo foi produzido pela Amaq, a agência de propaganda do ISIS.
O massacre foi cometido pelo Estado Islâmico, composto por membros do grupo terrorista Boko Haram.
Segundo informa o rastreador de segurança do Conselho de Relações Exteriores da Nigéria, informa que nos últimos dez anos mais de 36 mil pessoas foram mortas nesse conflito ideológico religioso.
Retaliação
Os assassinatos recentes foram realizados como retaliação pelas mortes de seu líder Abu Bakr al-Baghdadi e do porta-voz do grupo Abul-Hasan Al-Muhajir mortos por forças especiais dos EUA no final de outubro, afirmou o ISIS.
Os fatos
Na véspera de Natal, o Boko Haram atacou uma aldeia perto da cidade de Chibok, no estado de Borno, matando desta vez sete pessoas.
Recorda-se que foi em Chibok que o Boko Haram sequestrou 276 alunas de uma escola, em 2014 e que 112 dessas meninas permanecem em cativeiro.
Dom Kukah: pressionem a Nigéria, protejam vidas…
Dom Kukah pediu à comunidade internacional que “pressione a Nigéria a fim de proteger vidas”.
“As coisas não podem continuar e os autores devem ser levados à justiça”, acrescentou o bispo, dizendo ainda que os Estados Unidos e os países europeus deveriam prevenir a violência na África, um continente cujos recursos naturais as potências buscam aproveitar.
Manter-se à margem
O Bispo de Sokoto rejeitou o argumento das nações ocidentais de ter que se manter às margens dos “assuntos internos” das nações africanas.
“Querem explorar os recursos petrolíferos e minerais do continente, mas não querem proteger as pessoas”, disse Dom Kukah.
Acrescentou ainda ele que “70%” das diversas crises na África são provocadas pelos recursos minerais e acusou as “corporações internacionais por gerar corrupção”, que é a raiz dos distúrbios.
Tirar tropas da África
Afirmou ainda Dom Kukah: “Se as nações ocidentais querem tirar suas tropas da África, também deveriam sair do negócio de recursos minerais, devem estar conosco nos bons e nos maus momentos” !
Além disso, afirmou ainda o prelado que os estragos dos islâmicos na África “são o resultado das guerras iniciadas pelas nações ocidentais no Oriente Médio”. (ARM)
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