Aberto processo de canonização dos 44 mártires de Burundi
Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 25-07-2019, Gaudium Press) A Igreja Católica no Burundi vive um clima de alegria e orgulho: foi aberto recentemente, na Catedral de Burundi o processo de Canonização de um grupo de sacerdotes e seminaristas, além de uma leiga, -os quarenta mártires de Burundi-, mortos em períodos diferentes, entre os anos 70 e 90.
Depois da proclamação da independência de Burundi explodiu um conflito entre as duas etnias tutsi e hutu, -um conflito que ainda perdura-, que demonstrou que o amor de Cristo supera as divisões tornando-nos irmãos.
Quem são os 44 mártires de Burundi
Era o dia 17 de maio de 1972 quando o padre Michel Kayoya de 38 anos foi assassinado.
Ele era sacerdote, poeta e filósofo, com suas publicações sustentava que as diferenças étnicas mais do que uma ameaça são uma riqueza, um dom recíproco.
Preso por um grupo de milicianos junto com outros padres e leigos, morreu cantando os salmos e o Magnificat.
Outros Mártires
Em 30 de setembro de 1995 remonta o martírio de dois xaverianos italianos, padre Ottorino Maule e padre Aldo Marchiol e da voluntária leiga também italiana Catina Gubert.
Catina prestava serviço na missão de Buyengero.
O serviço para os pobres independente do grupo étnico custou a vida de todos eles.
Mais 40 mártires
Enfim, dia 30 de abril de 1997 foi a data da morte de quarenta seminaristas de Buta que preferiram morrer do que dividirem-se segundo as etnias.
Quando receberam a ordem dos rebeldes para que se dividissem em hutu e tutsi eles responderam que eram simplesmente seminaristas e se sentiam irmãos. Por isso todos foram mortos.
No local da sepultura dos seminaristas surgiu o Santuário da fraternidade, já conhecido internacionalmente.
Mártires: frutos maduros de santidade
Os bispos de Burundi manifestaram sua alegria por ter recebido a aprovação da Congregação para as Causas dos Santos para o encaminhamento do inquérito diocesano sobre o pressuposto martírio de 44 irmãos e irmãs.
Em um comunicado afirmaram que o seu testemunho é uma “mensagem forte que sentimos muita necessidade como cristãos. Portanto decidimos celebrar a fraternidade cristã!”.
“Queridos irmãos – continuam os bispos – estes são os heróis que nós bispos apresentamos a vocês como modelos inspiradores de fraternidade”, e convidam os fiéis a “acompanharem as várias fases do inquérito com a oração e com a alegria”.
A família Xaveriana que colabora com a Igreja de Burundi para o processo de canonização declarou que com esta decisão a Igreja local alcançou sua maturidade, oferecendo frutos maduros de santidade. (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações VaticanNews)
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