No Angelus, Papa pede: "reverter a lógica do ‘cada um por si’"
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 24-06-2019, Gaudium Press) Antes de partir para o bairro romano de Casal Bertone, onde participaria das cerimônias da Solenidade de Corpus Christi celebrando a Santa Missa e dirigindo a procissão, o Papa Francisco esteve na Praça São Pedro para rezar com os fiéis a oração mariana do Angelus.
No primeiro domingo de Verão da Itália, o Papa falou brevemente, antes da oração do Angelus, para milhares de peregrinos reunidos na Praça.
Estando no dia da Solenidade de Corpus Christi, o Pontífice fez uma pequena reflexão sobre a origem desta festividade, narrada nos quatro evangelhos canônicos.
O Evangelho de São Lucas
Jesus caminhava pela Galileia levando a Boa Nova e, enquanto curava doentes no lago da Galileia, caiu a noite e os discípulos dirigiram-se a Jesus dizendo que o local era deserto e que havia chegado a hora de se despedir da multidão, pois, seria bom que aqueles que lá estavam fossem aos povoados e lugares vizinhos procurar hospedagem e comida. Jesus, porém, os repreendeu:
“Não precisam ir; deem-lhes de comer”.
Os discípulos retrucaram:
“Só temos cinco pães e dois peixes…”
Mas, Jesus ordenou-lhes que levassem até ele o que houvesse.
“Jesus convida seus discípulos a fazer uma verdadeira conversão, passando da lógica do cada um por si para a da partilha, a partir do pouco que a Providência nos põe à disposição. E imediatamente mostra que tem uma ideia clara do que quer fazer”, disse Francisco.
E, então, o Senhor ordena aos discípulos que se sentem em círculos de cinquenta; toma nas mãos os cinco pães e dois peixes e olhando para o céu, agradece e reparte os pães e os peixes, entregando-os aos discípulos, para que os distribuíssem ao povo.
Todos puderam comer e se satisfizeram, recordou o Papa.
Eucaristia: Sacramento da salvação, memória perene da Páscoa
O Papa explicou que este milagre mostra o poder do Messias e, ao mesmo tempo, a sua compaixão pelo povo.
Para Francisco, esse gesto prodigioso não só permanece como um dos grandes sinais da vida pública de Jesus, mas antecipa o que será então, no final, a memória do seu sacrifício, isto é, a Eucaristia, sacramento do seu Corpo e Sangue oferecidos para a salvação do mundo.
O Pontífice ainda explicou aos fiéis que “a Eucaristia é a síntese de toda a existência de Jesus, que foi um único ato de amor ao Pai e aos irmãos. Também ali, como no milagre da multiplicação dos pães, Jesus tomou o pão nas mãos, elevou ao Pai a oração da bênção, partiu o pão e deu-o aos discípulos; e fez o mesmo com o cálice do vinho. Mas naquele momento, na véspera da sua Paixão, quis deixar naquele gesto o Testamento da nova e eterna Aliança, memória perpétua da sua Páscoa de morte e ressurreição. “
No final de suas palavras, o Papa Francisco aconselhou aos presentes que acolhessem a Eucaristia com gratidão, não de modo passivo e habitual, mas renovando verdadeiramente o nosso “amém” ao Corpo de Cristo, para que o dinamismo do seu amor transforme a nossa vida em oferta pura e santa a Deus e para o bem de todos aqueles que encontramos no nosso caminho.
Corpus Christi
Após suas reflexões, Francisco lembrou que em Roma, como em inúmeros locais são realizadas procissões no dia da Solenidade de Corpus Christi e que ele mesmo estava partindo para o Bairro Casal Bertone, na periferia de Roma, para celebrar uma Missa e dirigir uma procissão com o Santíssimo Sacramento exposto.
Mártires do Comunismo na Espanha
Antes de despedir-se, Francisco concedeu a bênção, e comentou a beatificação de um grupo de religiosas mártires da Ordem Franciscana da Imaculada Conceição, na guerra civil espanhola:
“Seu martírio é um convite a todos nós para sermos fortes e perseverantes, especialmente na hora da provação. ” (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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