Papa no Marrocos: “contemplar o coração do Pai” para “nos redescobrirmos como irmãos”
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 01-04-2019, Gaudium Press) A Visita Apostólica do Papa Francisco teve seu ponto alto na Missa que foi celebrada na tarde do domingo em um centro esportivo, na cidade de Rabat.
Tratava-se de uma Visita Apostólica e as palavras do Papa para a pequena comunidade católica que vive no Marrocos não poderia deixar de ser o ponto alto dela.
No encontro com os fiéis Francisco pronunciou uma homilia na qual, baseando-se na parábola do Filho pródigo que o Evangelho do dia trazia, ele encorajou os fiéis a continuarem o testemunho cristão no país, num esforço de fazer crescer a cultura da misericórdia, “uma cultura na qual ninguém olhe para o outro com indiferença nem desvie o olhar ao ver o seu sofrimento. Continuem a ser sinal do abraço e do coração do Pai”, disse Francisco.
A Missa do Papa
Eram cerca de 10 mil fiéis que se reuniram para a Missa do Papa.
E Francisco fala dos dois principais personagens da narração da parábolola de Jesus sobre o Filho Pródico: “um filho ansiosamente esperando e um pai comovido ao vê-lo regressar”.
O outro filho era diferente, Ele não suportou a alegria do pai e não reconheceu o regresso do irmão.
De dentro daquela casa se manifesta “o mistério da nossa humanidade”:
“Deste modo, mais uma vez vem à luz a tensão que se vive no meio da nossa gente e nas nossas comunidades, e até dentro de nós mesmos.
Uma tensão que, a partir de Caim e Abel, mora em nós e que somos convidados a encarar: quem tem direito a permanecer entre nós, ocupar um lugar à nossa mesa e nas nossas assembleias, nas nossas solicitudes e serviços, nas nossas praças e cidades?
Parece continuar a ressoar aquela pergunta fratricida: Porventura sou eu o guardião do meu irmão? (cf. Gn 4, 9).”
Temos um Pai, viver como filhos
O convite vindo do próprio Jesus, disse o Papa, é “contemplar o coração do Pai” para, a cada dia, “nos redescobrirmos como irmãos”.
“Só a partir deste horizonte amplo, capaz de nos ajudar a superar as nossas míopes lógicas de divisão, é que seremos capazes de alcançar um olhar que não pretenda obscurecer ou desmentir as nossas diferenças”.
“Só se formos capazes diariamente de levantar os olhos para o céu e dizer Pai Nosso, é que poderemos entrar numa dinâmica que nos possibilite olhar e ousar viver, não como inimigos, mas como irmãos.”
Católicos do Marrocos
“A parábola do Evangelho deixa o final em aberto”, disse o Papa.
“Não sabemos se o filho mais velho aceitou participar da festa da misericórdia do irmão.
Uma lição que pode ser observada também por nós, disse Francisco, já que cada um pode escrever o final “com a sua vida, o seu olhar e atitude” em relação aos outros: como faz, disse o Papa, a comunidade católica no Marrocos:
“Obrigado pelos esforços feitos para tornarem as comunidades oásis de misericórdia. Animo vocês e vos encorajo a continuar a fazer crescer a cultura da misericórdia, uma cultura na qual ninguém olhe para o outro com indiferença nem desvie o olhar ao ver o seu sofrimento (cf. Carta ap. Misericordia et misera, 20).”
” Continuem ao lado dos humildes e dos pobres, daqueles que são rejeitados, abandonados e ignorados; continuem a ser sinal do abraço e do coração do Pai. ” (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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