Sacerdote Franciscano é eleito o melhor professor do mundo
Emirados Árabes Unidos – Dubai (Terça-feira, 26-03-03-2019, Gaudium Press) O Padre queniano Peter Tabichi foi eleito o melhor professor do mundo pelo prêmio ‘Global Teacher Prize’ de 2019, conferido pela ‘Fundação Varkey’, organização de caridade dedicada à melhoria da educação para crianças carentes.
O Prêmio é concedido ao professor no qual se acredita ter sido capaz de exercer sua profissão da melhor maneira possível e que, através de sua ação, influenciou de forma positiva a comunidade na qual vive.
A cerimônia de premiação ocorreu no último domingo, 24, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Além do troféu, o religioso franciscano, que concorreu com outros dez mil indicados de 179 países, recebeu um prêmio no valor de US$ 1 milhão (R$ 3,9 milhões) que deverá ser aplicado em atividades educacionais.
“Todos os dias, na África, viramos uma página e começamos um novo capítulo. Hoje é outro dia. Este prêmio não é um reconhecimento a mim, mas aos jovens deste grande continente. Estou aqui somente por causa do que os meus alunos alcançaram. Este prêmio dá a eles uma oportunidade, diz ao mundo que tudo é possível”, afirmou o Padre Tabichi em seu discurso.
Ainda durante a premiação, o professor ressaltou o talento, curiosidade e inteligência dos seus alunos, dizendo que vê neles uma promessa. “A África produzirá cientistas, engenheiros, empresários cujos nomes serão um dia famosos em todos os cantos do mundo. E as jovens serão uma parte importante desta história”, garantiu.
O sacerdote, que é professor de ciências na Escola Secundária Keriko Mixed Day, localizada em uma zona rural do Quênia, doa 80% de sua renda mensal para ajudar aos alunos mais pobres a comprarem seus uniformes e materiais escolares.
Muitos desses estudantes percorrem mais de 6 quilômetros diariamente para chegar até a escola. Além disso, 95% dos alunos são provenientes de famílias pobres, quase um terço são órfãos ou têm apenas um dos pais e muitos não têm comida em casa.
“A escola fica em uma área muito remota. A maioria dos estudantes vêm de famílias muito pobres. Até pagar o café da manhã é difícil. Eles não conseguem se concentrar, porque não se alimentaram o suficiente em casa”, explica o sacerdote.
As classes, que deveriam ter entre 35 e 40 alunos, chegam a ter o dobro de estudantes. Além disso, por lecionar em uma escola onde há apenas um computador e uma conexão intermitente de internet, o Padre Peter Tabichi é obrigado a ir até um café para baixar os materiais necessários para suas aulas.
Superando a falta de equipamentos, livros didáticos e estrutura, o professor revela qual é sua maior recompensa: “ver meus alunos crescerem em conhecimento, habilidades e confiança”. E continua: “Quando eles se tornam criativos e produtivos na sociedade, eu fico muito satisfeito”.
Segundo dados oficiais, em três anos, a quantidade de matrículas dobrou para 400, e os casos de indisciplina caíram de 30 por semana para apenas três. Em 2017, apenas 16 dos 59 alunos ingressaram na faculdade, enquanto em 2018, 26 alunos foram para a universidade. (EPC)
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