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Como uma semente…

Redação (Quarta-feira, 06-02-2019, Gaudium Press) Vivificada e robustecida com as graças obtidas por Maria Santíssima, a mais estéril das “sementes” transforma-se numa majestosa “árvore”. Para isso, basta-lhe abrir a alma à sua afetuosa e clementíssima mediação.

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Carregando com exuberância delicados e coloridos cachos de flor, brancos, róseos ou amarelos, o ipê evoca a inefável beleza do Altíssimo. A jabuticabeira, por sua vez, com seus troncos e galhos repletos de frutinhas, lembra a generosidade com que a Divina Providência atende as necessidades dos seus filhos.

Mas quem, ao contemplar tão frondosas criaturas, recorda terem elas se originado de uma diminuta semente?

Sim, o esplendor daquelas árvores, antes de chegar a seu estado de perfeição, estava já contido dentro de um invólucro pequenino e frágil, que corria o risco de servir de alimento para os pássaros, morrer sem germinar num terreno pedregoso, ou ser afogado entre os abrolhos quando ainda era um brotinho. Porém, tendo encontrado as condições adequadas, o princípio vital contido na sementinha levou-a a deitar raízes, haurir minerais da terra e fazer surgir o tenro caule prenunciador da árvore adulta.

Ao analisar esse processo, vemos ser indispensável a presença de um elemento fundamental, sem o qual a planta nunca adquirirá as forças necessárias para atingir sua plenitude: o sol. Contudo, ela jamais poderá se elevar do chão em pós do astro rei se não concorrer um outro fator igualmente vital: a água.

Algo semelhante acontece com os homens: assim como as plantas não podem crescer rumo ao sol, fonte de sua vida e energia, sem estar enraizadas em terra úmida, as almas são incapazes de chegar até Deus sem a ajuda e mediação de Maria Santíssima.

Nossa Senhora cuida das suas “sementinhas” evitando que caiam em terreno pedregoso, intervém para retirá-las do meio dos espinhos, mas também as vivifica como a água faz com o vegetal. Robustece-as, ajuda-as a crescer e dá-lhes vigor suficiente para se tornarem “árvores” frondosas e saudáveis de acordo com sua “espécie”, isto é, segundo sua própria vocação.

Há, entretanto, uma grande diferença: se na natureza existem desertos e períodos de seca, isso nunca acontece na esfera sobrenatural. Quando uma alma não corresponde aos desígnios que Deus teve ao criá-la e termina por murchar e morrer, não é por falta do socorro de Maria, mas sim por haver se fechado à sua afetuosa e clementíssima mediação.

A Virgem Santíssima é capaz de transformar até mesmo as “sementes” estéreis em frondosas e majestosas “árvores”, marcando- -as com a formosura característica das obras emanadas de suas puríssimas mãos. Quem se põe sob a influência cristalina d’Ela e se deixa embeber pelo frescor de sua santidade, prepara-se da melhor forma possível para viver na Jerusalém Celeste, onde não brilham a lua nem o sol, “porque a glória de Deus a ilumina, e a sua luz é o Cordeiro” (Ap 21, 23).

As “sementes” vivificadas e governadas por Maria Santíssima têm, já nesta terra, a alegria de participar de algum modo dessa Luz. E, chegando à vida eterna, farão elas parte do feérico conjunto das almas justas, mais belo e magnífico do que qualquer floresta de ipês, carvalhos ou jabuticabeiras que neste mundo se possa encontrar.

 

Por Mariana Roffer da Costa Viccari
(in “Revista Arautos do Evangelho”, Janeiro/2019, n. 205, p. 50-51)

 

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