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“Ele foi como um pai para mim”, diz Francisco sobre Bento XVI

O Papa argentino revelou que Bento XVI nunca o deixou de apoiar e lhe deu liberdade para crescer e tomar suas próprias decisões.

Ele foi como um pai para mim diz Francisco sobre Bento XVI

Foto: Vatican Media.

Cidade do Vaticano (02/04/2024 12:19, Gaudium Press) No livro-entrevista intitulado ‘El Sucesor’, que será lançado na próxima quarta-feira, 3, o Papa Francisco revelou ao jornalista espanhol Javier Martínez-Brocal que Bento XVI “era um homem de grande doçura. Era um homem muito delicado, mas não era frágil, era forte. Mas, consigo mesmo, era humilde e preferia não se impor. Por isso, sofreu muito”.

Bento XVI nunca interferiu no pontificado de Francisco

Segundo o Pontífice argentino, nunca interferiu em suas decisões. “Ele me deixou crescer, foi paciente. E se não via algo bom, pensava três ou quatro vezes antes de me dizer. Ele me deixou crescer e me deu a liberdade de tomar decisões”. Durante quase uma década de convívio no Vaticano, Bento XVI nunca se opôs a nenhuma das decisões de Francisco.

“Em uma ocasião, quando houve uma decisão que ele não entendeu, me pediu uma explicação de uma forma muito natural. Ele me disse: ‘Olha, eu não entendo isso, mas a decisão está nas suas mãos’, eu expliquei as razões e ele ficou feliz”, destacou o Papa Francisco. “Nunca deixou de me apoiar”, garantiu.

Último encontro com o Papa emérito

Recordando de sua despedida ao Papa emérito, no dia 28 de dezembro de 2022, Francisco comenta que “Bento estava deitado na cama. Ainda estava consciente, mas não conseguia falar. Olhava para mim, apertava a minha mão, entendia o que eu dizia, mas não conseguia articular uma palavra. Fiquei com ele assim por um tempo, olhando para ele e segurando a sua mão. Lembro-me perfeitamente dos seus olhos claros…. Eu lhe disse algumas palavras com carinho e o abençoei. Dessa forma, nos despedimos”.

Continuidade entre os pontificados e velório papal

Sobre a continuidade entre os pontificados, o Papa argentino afirmou que analisando os últimos pontificados, percebeu “que cada sucessor sempre foi marcado pela continuidade, continuidade e diferença, pois na continuidade cada um trouxe seu carisma pessoal… sempre há continuidade e não ruptura”.

Francisco também explicou que o velório de Bento XVI foi o último com o corpo do Papa fora do caixão e com o catafalco com as almofadas. O atual Pontífice, que já solicitou uma revisão do funeral papal, defende que os Papas “devem ser velados e enterrados como qualquer outro filho da Igreja. Com dignidade, como qualquer cristão”. (EPC)

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