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2024: catástrofes ou alegria?

Prestes a iniciar o ano de 2024, a atmosfera geral continua sendo de apreensão, sem corresponder nem de longe aos sonhos, fundados ou não, de épocas anteriores.

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Redação (30/12/2023 08:50, Gaudium Press) O final do ano é um momento de reflexão e de avaliação do que passou. Por outro lado, o início de um novo ano traz consigo novas oportunidades e renova as esperanças. No entanto, também carrega consigo a incerteza, já que o futuro é sempre desconhecido.

A passagem do século XIX para o XX foi cheia de promessas. Estava-se em plena Belle Époque — nome que por si só evoca o brilho, o requinte e a segurança daqueles tempos — e um futuro cor-de-rosa parecia sorrir para a humanidade.

Quão diferente foi a virada do milênio! Festejou-se com muita técnica e alarido a significativa mudança no calendário, mas não se pode dizer que as mentes e os corações transbordassem otimismo ante a expectativa de uma era de felicidade que se abria. O mundo atravessava diversas crises — no campo das finanças, da política, das relações familiares e sociais — e temia-se seu agravamento.

Prestes a iniciar o ano de 2024, a atmosfera geral continua sendo de apreensão, sem corresponder nem de longe aos sonhos, fundados ou não, de épocas anteriores.

O terrorismo representa uma ameaça constante, os sequestros estão se tornando mais frequentes, o roubo de crianças está em ascensão, o comércio de órgãos humanos está se expandindo e o crime, juntamente com os vícios e a falta de respeito, estão prevalecendo. Diariamente testemunhamos um aumento nos sentimentos de ódio, guerras internas e internacionais, mortes de inocentes e um gradual desaparecimento da instituição familiar.

Conservar ou recuperar a inocência

Houve um tempo em que cada um de nós foi imensamente feliz. “Oh! que saudades eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais!”— canta um famoso poeta brasileiro. Bem soube ele exprimir em seu poema o tempo da nossa inocência primaveril.

Naqueles dias, tudo nos encantava: as cores das asas de uma borboleta, os esforços de uma formiguinha para carregar uma folha muito maior do que ela, os cambiantes desenhos das nuvens, formando ora um rosto, ora a silhueta de algum animal; mais ainda, as árvores de Natal, carregadas de luzinhas e bolas coloridas. Em outras ocasiões, nos maravilhávamos com uma cerimônia na igreja paroquial, ou com um presépio no qual, silenciosos e recolhidos, estavam São José e Nossa Senhora velando o Menino Deus.

Verdade é que, naquele ditoso tempo nossa inocência ainda não enfrentara a luta, a qual se introduz de modo paulatino em nossa vida já nos primeiros anos de escola: o esforço para cumprir o dever, o estar longe do lar, o comportamento agressivo de certas amizades. Com o correr dos anos, outros interesses vão absorvendo nossa atenção, e por fim nosso mundo encantador é, hélas, com frequência quebrado e manchado por nossas próprias faltas.

Conservar a inocência até a idade adulta é um dom de Deus, e hoje poucos o conseguem. Contudo, recuperá-la talvez seja dádiva ainda mais preciosa, e isso está ao alcance de todos, por meio do confessionário e da emenda de vida.

Através desse prisma pessoal, podemos considerar devidamente a situação do mundo e nos perguntar, uma vez mais, o que trará este Novo Ano: catástrofes ou alegrias?

Se trilharmos as vias do pecado, correremos um sério risco de sermos abalados e arrastados pelos turbilhões amargos dos acontecimentos. Todavia, se nos mantivermos na inocência, ainda que apareçam situações trágicas diante de nós e as calamidades rujam ao nosso redor, conservaremos a alegria, a paz interior e a verdadeira felicidade, na certeza inabalável de que Deus vela por nós.

Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n. 97, jan. 2010. Editorial.

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