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Hamas, Israel e Fátima

Que perspectivas se abrem para a humanidade depois do ataque a Israel?

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Redação (16/10/2023 12:11, Gaudium Press) A semana passada foi marcada pela barbárie do ataque terrorista do Hamas em Israel, causando mais de mil mortes, e pela resposta judaica com ataques no Líbano e na Síria, indicando a possibilidade de um conflito com proporções muito maiores.

À medida que os detalhes do ataque do Hamas se tornam conhecidos, o espectador nunca deixa de se surpreender com a crueldade: crianças decapitadas, granadas lançadas em abrigos civis, famílias revistadas e massacradas em suas casas. Há até relatos de que a ordem teria sido para matar o maior número possível de civis: uma crueldade com conotações satânicas, que lembra atos de barbárie dos comunistas em 1936, na Espanha; Pol Pot no Camboja e outros do mesmo gênero.

Em declarações recentes, o cardeal secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, reconheceu o direito de Israel de se defender, mas também recordou que a autodefesa exige proporcionalidade, especialmente quando civis estão envolvidos. Em outras palavras, a resposta de Israel não pode ser algo como uma bomba nuclear, por mais que alguns queiram que seja. No entanto, a crueldade do ataque do Hamas parece projetada justamente para gerar uma resposta brutal, que para muitos pode parecer desproporcional, como a realidade da transferência de um milhão de civis do norte para o sul de Gaza, enquanto a operação terrestre israelense está em andamento.

O observador se pergunta: O que os líderes do Hamas pensaram? Que não desencadearia uma resposta igualmente brutal por parte de Israel com a consequente indignação de muitos setores da opinião pública mundial? É muito difícil que eles não tivessem pensado assim. Portanto, é de se perguntar se o que eles queriam era exatamente o que está acontecendo, ou seja, o reacender de um conflito com repercussões globais, com manifestações conflitantes pró-Palestina e pró-Israel praticamente em todo o mundo, posições que provavelmente se intensificarão em animosidade à medida que a ofensiva israelense avança.

E a partir daí, a fragmentação do mundo em dois grandes blocos – velados ou declarados – pró-Palestina e pró-Israel, com a particularidade de que em vários países pró-Israel já vemos grandes manifestações a favor da Palestina. E é natural, porque quem pensa nos milhões de habitantes muçulmanos em países como França, Alemanha, Inglaterra ou Espanha, jamais imaginaria que eles tivessem qualquer simpatia por Israel.

Em outras palavras, o que aconteceu em uma área muito pequena do globo (exatamente onde Cristo viveu, morreu e ressuscitou), em uma semana, já envolveu toda a Terra, e está a um passo de um conflito de proporções apocalípticas – como estava se tornando viável com a guerra na Ucrânia –, mas com a diferença de que o lado pró-Israel não tem o apoio de todo mundo, visto que uma parte significativa da opinião pública olha com simpatia para a causa palestina, ao contrário do apoio quase compacto que existe à causa ucraniana.

Alguns analistas até se perguntam se os EUA e as outras potências ocidentais – já envolvidas no apoio à Ucrânia – estariam em posição de oferecer apoio efetivo a Israel que luta não apenas contra o Hamas ou o Hezbollah, mas contra um amplo bloco muçulmano unificado. E alguns deles já estão respondendo que não.

Por essa razão, seria do interesse de Israel (e do Ocidente) evitar a todo custo a formação de tal bloco, o que poderia acontecer se sua intervenção em Gaza adquirisse as características de uma resposta desproporcional, com aparência de ódio racial ou religioso, servindo de justificativa para o terrorismo em larga escala justamente dentro das potências ocidentais. Veremos como isso vai se desenrolar.

No meio deste panorama, é muito significativo o que aconteceu em 12 de outubro passado, no Santuário de Fátima, na vigília da comemoração do milagre do sol de 13 de outubro de 1917: mais de 180 mil peregrinos reuniram-se no santuário para rezar pela paz na Ucrânia e na Terra Santa. Ou seja, no momento em que há uma grande tensão, o mundo católico se lembra de Nossa Senhora de Fátima e, portanto, da mensagem de Fátima…

É compreensível.

Nossa Senhora na Cova da Iria falou de guerras, de perseguição à Igreja, ao Santo Padre. E quando surge um conflito de grande escala, o mundo católico se lembra de Fátima.

De fato, nós, pessoas de fé, não temos outra alternativa senão recorrer à proteção de Nossa Senhora, sabendo que isso é o mais importante, porque é ela que governa a história com a sua graça, ela é administradora da graça divina e é a graça que dirige a história.

A graça construiu a maior civilização de todos os tempos, que não é a romana, mas a civilização ocidental e cristã. A graça impediu que essa civilização sucumbisse com Carlos Martel em Poitiers, em Navas de Tolosa, em Lepanto e em tantos outros momentos.

A ação da graça de Nossa Senhora é tão forte que também em Fátima Ela anunciou o seu triunfo: “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará”.

Não será o triunfo da decadência moral do Ocidente, mas o triunfo dEla. Isso acontecerá infalivelmente, mesmo que para chegar a esse momento tenhamos de passar pelos castigos reparadores e purificadores que Ela também anunciou em Fátima.

De nossa parte, não nos resta outra alternativa: apegarmo-nos a Nossa Senhora.

 Por Saúl Castiblanco

 

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