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Papa regressa a Roma após visita histórica ao Iraque

A visita do Papa ao Iraque encerrou-se no aeroporto de Bagdá numa cerimônia privada com a presidente da república e responsáveis das comunidades cristãs.

A visita do Papa ao Iraque encerrou-se no aeroporto de Bagdá numa cerimônia privada com a presidente da república e responsáveis das comunidades cristãs.

Redação (08/03/2021, 11:15, Gaudium Press) Depois de chegar ao Iraque no último dia 05, o Papa Francisco regressou a Roma na manhã deste 08 de março. Foi a primeira Visita Apostólica que um Pontífice realizou a esse país.

A despedida do território iraquiano aconteceu numa cerimônia privada, realizada no aeroporto internacional de Bagdá estando presente o presidente da república, Barham Salih, e responsáveis locais das comunidades cristãs.

O voo que trouxe o Papa de volta a Roma iniciou-se ainda cedo: às 09:55 horas locais. No mesmo voo viajavam 74 jornalistas de 15 países, com quem Francisco falou durante seu regresso à capital italiana.

Ao despedir-se de Francisco, Barham Salih usou o Twitter para elogiar a “grande mensagem de humanidade e solidariedade” do Papa: “A sua presença, sinal de paz e amor, vai ficar para sempre nos corações de todos os iraquianos”, escreveu.

A viagem foi um “dever” para com uma comunidade “martirizada” pela violência terrorista e a guerra, nas últimas décadas

Esta foi a primeira visita realizada por Francisco desde o início da pandemia do coronavírus e, ao partir da Itália, na última sexta-feira, o Pontífice a considerou como “emblemática” e como um “dever” para com uma comunidade “martirizada” pela violência terrorista e a guerra, nas últimas décadas.

De fato, a viagem ficou marcada pelas mensagens de Francisco em defesa da comunidade cristã e por apelos ao diálogo e à paz no país e em todo o Oriente Médio.

A visita do Papa ao Iraque encerrou-se no aeroporto de Bagdá numa cerimônia privada com a presidente da república e responsáveis das comunidades cristãs.

Terrorismo religioso, violência, martírios, abuso da religião, perdão, temas presentes em todas etapas da viagem

O tema esteve presente no discurso inaugural no Palácio Presidencial de Bagdá, o Papa condenou o fundamentalismo e apelou para o reconhecimento dos direitos de cidadania de todos os crentes, sobretudo cristãos.

Depois, na visita realizada e Ur –terra natal do patriarca Abraão– o Papa afirmou que “Deus é misericordioso e a ofensa mais blasfema é profanar o seu nome odiando o irmão”, e declarou também que o “extremismo e violência não nascem dum ânimo religioso: são traições da religião” e que nenhum crente pode ficar calado “quando o terrorismo abusa da religião”.

Na capital iraquiana, o Papa visitou a Catedral siro-católica de Sayidat al-Nejat (Nossa Senhora da Salvação) e homenageou as vítimas do atentado terrorista perpetrado por jihadistas islâmicos no qual perderam a vida 48 pessoas.

Ao visitar a cidade de Najaf, esteve com o líder islamita Al-Sistani, com quem pediu respeito mútuo entre as religiões, defendendo “paz e segurança” para os cristãos no Iraque.

A primeira Missa em Bagdá foi celebrada na Catedral de São José, em Bagdá, junto da histórica comunidade caldeia. O Papa recordou os “mártires” do último século e quem sofre “perseguições” pela sua fé cristã.

No domingo, seu terceiro dia no Iraque, o Papa visitou Erbil, Mossul e a cidade cristã de Qaraqosh. Nelas renovou gestos e palavras de homenagem às vítimas da guerra e do terrorismo.

Na cidade de Mossul, que foi invadida e subjugada pelo denominado “Estado Islâmico” antes que ele fosse derrotado, o Papa Francisco rezou em silêncio junto às ruínas de quatro igrejas e, nas palavras ali pronunciadas, criticou os que “pervertem o nome de Deus ao percorrer caminhos de destruição”.

Em Qaraqosh, cidade de maioria cristã, Francisco foi recebido em um clima de festa por uma verdadeira multidão. O Pontífice deixou uma mensagem de esperança afirmando: “O terrorismo e a morte nunca têm a última palavra”.

O último encontro da viagem foi realizado na cidade de Erbil com a celebração de uma Missa em um estádio da cidade. Dela participaram milhares de pessoas a quem o Papa convidou a perdoar e a evitar qualquer ideia de “vingança”, depois dos sofrimentos dos últimos anos.

Ao despedir-se, emocionado, Francisco disse: “O Iraque ficará sempre comigo, no meu coração”. (JSG)

 

(Da Redação Gaudium Press, Fotos Vatican Media)

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