Gaudium news > Na Missa em rito Caldeu, Papa reza pelos perseguidos por causa da fé em Jesus

Na Missa em rito Caldeu, Papa reza pelos perseguidos por causa da fé em Jesus

Na cruz, Jesus provou ser mais forte do que o pecado; no sepulcro, derrotou a morte. Foi isto que tornou os mártires vitoriosos na provação… e eles foram muitos no último século.

Na cruz, Jesus provou ser mais forte do que o pecado; no sepulcro, derrotou a morte. Foi este que tornou os mártires vitoriosos na provação… e eles foram muitos no último século.

Bagdá (06/03/2021, 15:05, Gaudium Press) A primeira Missa celebrada por um Papa no Iraque foi rezada em rito caldeu, um dos mais importantes do Oriente católico.

A Missa foi celebrada na Catedral de São José que pertence à histórica comunidade caldeia, na cidade de Bagdá. Nela, Francisco recordou todos os que “foram vítimas de preconceitos e ofensas, sofreram maus tratos e perseguições por causa do nome de Jesus”.

Recordando os “mártires” do último século e também a quem sofre “perseguições” pela fé cristã, em sua homilia o Papa Francisco destacou:

“Na cruz, [Jesus] provou ser mais forte do que o pecado; no sepulcro, derrotou a morte. Foi este mesmo amor que tornou os mártires vitoriosos na provação…
E houve tantos no último século, mais do que nos anteriores”.

Se tuas mãos te parecem vazias, se vier a desconfiança, se pensares que a vida é injusta contigo, não temas!

A celebração foi realizada com todas as normas de distanciamento social, devido à pandemia de Covid-19. Dezenas de pessoas acompanharam a cerimónia no exterior da catedral, ao ar livre, em lugares previamente determinados e o Papa comentou com os presentes:

“Querida irmã, querido irmão, talvez olhes para as tuas mãos e te pareçam vazias, talvez sintas insinuar-se no coração a desconfiança e penses que a vida é injusta contigo. Se tal suceder, não temas!

As Bem-aventuranças são para ti, para ti que estás na aflição, com fome e sede de justiça, perseguido”.

Francisco procurou acentuar em sua reflexão que a lógica cristã é diferente das prioridades de sucesso, poder e dinheiro da sociedade, como Jesus ensinou com as Bem-aventuranças.

Para o Papa, os ensinamentos de Jesus realizam uma “inversão é total: os pobres, os que choram, os perseguidos são declarados bem-aventurados. Como é possível? Bem-aventurados, para o mundo, são os ricos, os poderosos, os famosos! Vale quem tem, quem pode, quem conta”.

Francisco explicou, então, que “para Deus, não: não é maior quem tem, mas quem é pobre em espírito; não quem pode tudo sobre os outros, mas quem é manso com todos; não quem é aclamado pelas multidões, mas quem é misericordioso com o irmão”.

Duas tentações: “A primeira é a fuga: fugir, virar as costas, desinteressar-se. A segunda é reagir, irritados”, observou

Nas suas palavras proferidas em uma celebração realizada em vários idiomas, Francisco destacou que, perante as dificuldades, há duas “tentações”.

“A primeira é a fuga: fugir, virar as costas, desinteressar-se. A segunda é reagir, irritados, com a força”, observou.

Foi então que o Papa aconselhou que os cristãos imitem a “paciência de Deus”, porque “o amor não se indigna, mas recomeça sempre”:

“Tudo aquilo que o mundo nos tira, não é nada em comparação ao amor terno e paciente com que o Senhor cumpre as suas promessas”, acrescentou.

Aqui se levantaram muitas testemunhas muitas vezes descuradas nos noticiários, mas preciosas aos olhos de Deus

“Aqui, onde na antiguidade surgiu a sabedoria, levantaram-se nestes tempos tantas testemunhas, muitas vezes descuradas nos noticiários, mas preciosas aos olhos de Deus; testemunhas que, vivendo as Bem-aventuranças, ajudam Deus a realizar as suas promessas de paz”, apontou.

“A sabedoria foi cultivada nestas terras desde tempos muito antigos. Desde sempre, a sua busca tem fascinado o homem; mas, frequentemente, quem possui mais recursos pode adquirir mais conhecimentos e ter mais oportunidades e os que têm menos são excluídos. É uma desigualdade inaceitável, atualmente em aumento”.

“Temos uma vocação e uma missão à qual não podemos renunciar”

No final da Missa, antes da bênção final, o presidente da Assembleia dos Bispos Católicos do Iraque, cardeal Luis Sako, patriarca da Babilônia dos caldeus, deixa uma saudação ao Papa e pediu aos cristãos que permaneçam na sua terra, apesar de todas as dificuldades:

“Temos uma vocação e uma missão à qual não podemos renunciar”, declarou.

O Papa cumprimentou as pessoas que não puderam entrar na catedral e acompanharam a celebração desde o exterior da igreja. (JSG)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas