Padre Nazareno Lanciotti, mártir no Brasil, será beatificado

O Papa Francisco também autorizou a beatificação de uma religiosa indiana. Além disso, a Igreja Católica ganhará outros quatro veneráveis.

Cidade do Vaticano (14/04/2025 10:03, Gaudium Press) Nesta segunda-feira, 14 de abril, o Papa Francisco recebeu, em audiência, o prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, Cardeal Marcello Semeraro, e autorizou a promulgação de decretos referentes a algumas causas de canonização.

Serão proclamados Beatos: o sacerdote Nazareno Lanciotti, mártir no Brasil; e a religiosa indiana Eliswa da Bem-Aventurada Virgem. Tornam-se veneráveis: o arquiteto catalão Antoni Gaudí, que dedicou parte de sua vida ao projeto da Basílica da Sagrada Família, em Barcelona; e os sacerdotes Pietro Giuseppe Triest, Angelo Bughetti e Agostino Cozzolino.

Padre Nazareno Lanciotti

Nascido no dia 3 de março de 1940 e ordenado sacerdote em 1966, após exercer seu ministério, em Roma, por alguns anos, Nazareno Lanciotti chegou ao Brasil no ano de 1971, fixando-se na aldeia de Jauru, em Mato Grosso, na fronteira com a Bolívia, e ali iniciou um fecundo apostolado, desenvolvendo durante trinta anos um trabalho missionário, sustentado pela Eucaristia e pela devoção à Nossa Senhora. Morreu no dia 22 de fevereiro de 2001, após ser atacado por dois criminosos encapuzados.

Eliswa da Bem-Aventurada Virgem

Nascida no dia 15 de outubro de 1831, em Ochanthuruth, na Índia, Eliswa Vakayil se casou aos 16 anos com um empresário rico, com quem teve uma filha, em 1851. No ano seguinte, ficou viúva e escolheu uma vida de oração e solidão. Em 1862, após conhecer o Padre carmelita descalço italiano Leopoldo Beccaro e, sob sua orientação espiritual, fundou a primeira congregação local em Kerala, a Terceira Ordem das Carmelitas Descalças. Madre Eliswa da Bem-Aventurada Virgem morreu no dia 18 de julho de 1913.

Antoni Gaudí, “arquiteto de Deus”

Nascido em 25 de junho de 1852, Antoni Gaudí i Cornet aceitou dirigir as obras da Basílica Expiatória da Sagrada Família no ano seguinte ao lançamento da primeira pedra, em 1883, aos 31 anos. Desde então, ele dedicou toda a sua vida à construção do local de culto no qual manifesta seu gênio artístico, seu sentimento religioso e sua profunda espiritualidade. Em 7 de junho de 1926, ele foi atropelado por um bonde. Como não foi reconhecido, ele foi levado ao Hospital da Santa Cruz, o hospital para os pobres da cidade. Após receber os últimos sacramentos, morreu três dias depois, em 10 de junho. Cerca de trinta mil pessoas participaram do cortejo fúnebre.

Padre Pietro Giuseppe Triest

Nascido em Bruxelas, na Bélgica, em 31 de agosto de 1760, Padre Pietro Giuseppe Triest, foi ordenado sacerdote em 9 de junho de 1786, durante a chamada Revolução Belga contra as disposições religiosas de José II de Habsburgo-Lorena e a Revolução Francesa, foi obrigado a viver em segredo para evitar o juramento sobre a Constituição Civil do Clero. Após a tolerância napoleônica, iniciou um proveitoso trabalho ministerial como pároco em Ronse, e se dedicou, em particular, aos órfãos, aos doentes e aos pobres. Fundou um orfanato para ajudar as crianças pobres e abandonadas, ajudado por algumas mulheres e com elas, em 1804, fundou a Congregação das Irmãs da Caridade de Jesus e Maria. Fundou também as congregações dos Irmãos da Caridade para crianças abandonadas e pobres e dos Irmãos de São João de Deus para cuidar dos doentes a domicílio. Faleceu no dia 24 de junho de 1836.

Padre Angelo Bughetti

Nascido em Imola, em 27 de agosto de 1877, Angelo Bughetti foi ordenado sacerdote em 31 de março de 1900 e, após alguns anos dedicados ao ensino, dedicou-se à pregação e a várias atividades caritativas, com o objetivo de formar a consciência cristã e civil dos jovens, além de escrever artigos para várias revistas. Foi num clima anticlerical, socialista e maçônico que ele se dedicou aos meninos e jovens, percebendo suas dificuldades e fazendo frutificar seu potencial. O sacerdote se opôs às ideologias liberais, socialistas e fascistas, mas sempre com objetividade, delicada prudência e nunca contra as pessoas, mantendo as relações necessárias para poder continuar seu trabalho de educação da juventude. Morreu em 5 de abril de 1935, aos 57 anos.

Padre Agostino Cozzolino

Nascido no dia 16 de outubro de 1928, em Resina (hoje Ercolano), Agostino Cozzolino foi ordenado sacerdote em 27 de julho de 1952. Dedicou-se então à atividade formativa e catequética de jovens e adultos nas paróquias e, em seguida, foi nomeado vice-reitor do Seminário Maior de Nápoles, onde, com o exemplo e a palavra, formou muitos jovens. Em 30 de setembro de 1960, foi transferido para o Santuário Basílica de Nossa Senhora das Neves, no bairro Ponticelli, em Nápoles, onde permaneceu como pároco até sua morte. Comprometeu-se em criar uma comunidade pastoral viva, capaz de anunciar o Evangelho. Incrementou a devoção a Nossa Senhora das Neves, difundiu o movimento “Ajuda Fraterna Cristã”, dedicou-se com amor aos pobres e às necessidades materiais e espirituais de todos. Faleceu em 2 de novembro de 1988, vítima de um câncer de pâncreas. (EPC)