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Ditadura de Ortega considera Vaticano usurpador do nome de Deus e o acusa de práticas abomináveis

A declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua surge após as declarações do Bispo de Matagalpa na EWTN.

Ditadura de Ortega considera Vaticano usurpador do nome de Deus e o acusa de praticas abominaveis

Matagalpa – Nicarágua (12/02/2025 12:26, Gaudium Press) O governo de Daniel Ortega, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, tomou medidas diretas contra o Vaticano, após uma entrevista concedida à EWTN pelo bispo exilado de Matagalpa, Dom Rolando Álvarez, em 6 de fevereiro:

“Nós nos pronunciamos sobre as declarações que, em nome do Estado do Vaticano, são feitas a partir de páginas e plataformas que lhes são próprias; declarações que constituem um agravo e um insulto à soberania e à dignidade do Estado da Nicarágua”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua em uma carta publicada em espanhol e inglês, no sábado, 8 de fevereiro.

“Essas declarações são irresponsáveis e desrespeitosas”, continua a nota nicaraguense, “e violam as leis e normas máximas que regem a vida independente de nossa abençoada Nicarágua. Ademais, sem qualquer autoridade política supranacional, o Estado do Vaticano pretende dispor de Cargos e Poderes concedidos, na Nicarágua, a pessoas que deixaram de ser nicaraguenses, devido a condutas impróprias e intoleráveis de promoção de crimes, politicamente instigados, bem como constantes apelos à quebra de paz, com todo tipo de violência, falsidades e calúnias planejadas, infringindo angústia, sofrimento e dor às famílias de nosso país”.

Durante a entrevista à EWTN, o bispo Dom Álvarez revelou que, ao chegar em Roma no exílio, em janeiro do ano passado, pretendia apresentar sua renúncia ao papa. No entanto, Francisco quis que ele permanecesse como titular da Sé de Matagalpa, “mesmo estando na diáspora”. A isso se referiu a ditadura de Ortega ao afirmar que o Vaticano não possui “autoridade política supranacional” e outras bobagens. “Eu amo muito meu povo, e digo a eles que sou um bispo da Igreja Universal. Ou seja, fui ordenado bispo de Matagalpa. Sou o chefe visível de Matagalpa e administrador apostólico de Estelí e continuarei a sê-lo enquanto Deus quiser”, disse o prelado à EWTN.

Porém, a nota do Ministério das Relações Exteriores de Ortega vai além do caso do bispo Álvarez, buscando estabelecer o governo nicaraguense como o supervisor do verdadeiro cristianismo, e acusando a Santa Sé:

“Toda conduta legalmente inadmissível e, portanto, ilícita e ilegal, é considerada ofensiva à dignidade, ao decoro e às Liberdades de nosso povo, que vive, não somente de acordo com as leis humanas, mas acima de tudo de acordo com os princípios, valores e práticas do verdadeiro Cristianismo, esperança certa de milhões, do amor e de Deus, acima de todas as coisas. (…) da fé (sic) que nos caracteriza e move, nosso mais enérgico protesto contra a promoção de Pessoas apátridas, destrutivas, ambiciosas e não redimidas, e a suposta imposição de tão desprezíveis personagens, como autoridades que ninguém reconhece ou reconhecerá”, diz a nota do Ministério.

Afirma-se ainda na carta, em uma linguagem característica de ditadores e ditaduras tropicais: “A história de inclinações e práticas abomináveis, perversas e desumanas, em sintonia com as infames monarquias colonialistas, incrimina aquele Estado do Vaticano que, usurpando o Nome de Deus, cortou cabeças, enterrou espadas e exterminou povos e culturas inteiras, declarando a morte das línguas e práticas espirituais dos Povos Nativos, e brandindo armas de todos os tipos, para dominar, conquistar e roubar nosso rico patrimônio material e cultural, que também sustentou materialmente o chamado Tesouro do Império do Vaticano, nada generoso e culpado de crimes contra a humanidade”.

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