Perseguição à Igreja continua na Nicarágua: ditadura expulsa religiosas de clausura dos conventos
“Noite de terror para as religiosas: a ditadura sandinista notifica as religiosas Clarissas que elas devem abandonar suas propriedades”.
Redação (30/01/2025 09:02, Gaudium Press) Mais de 30 religiosas foram expulsas de três conventos na Nicarágua e seu paradeiro é incerto, de acordo com Martha Patricia Molina, advogada e pesquisadora de assuntos relativos à Igreja no exílio, que denuncia uma violenta perseguição religiosa por parte do governo de Daniel Ortega contra a Igreja Católica.
Molina relatou que as religiosas da Ordem de Santa Clara foram “removidas, desalojadas de seus mosteiros” na noite de terça-feira pela ditadura, acrescentando que, até o momento, o paradeiro das religiosas, a maioria nicaraguense, é desconhecido, e não se sabe “se elas deixaram o país”.
Em sua conta no X, Molina – que está exilada nos Estados Unidos – escreveu: “Noite de terror para as religiosas: a ditadura sandinista notifica as religiosas Clarissas que elas devem abandonar suas propriedades. Só permitiram que retirassem alguns poucos pertences, o que cabia em suas mãos. […] A personalidade jurídica da congregação foi outorgada pela Assembleia Nacional em fevereiro de 2004, mas, em 19 de maio de 2023, ela foi arbitrariamente cancelada. Oremos pela Igreja Católica na Nicarágua, que enfrentará mais perseguição nesta longa noite.
P.S. Não é por falta de missões que elas foram confiscadas. Nenhum religioso abandona sua missão na Nicarágua por vontade própria, mas por causa da perseguição religiosa”.
Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, acusam a Igreja Católica de ter apoiado os protestos de oposição ao governo em 2018, deixando mais de 300 pessoas mortas, de acordo com a ONU, e que eles consideram uma tentativa de golpe patrocinada por Washington.
No final do ano passado, foi aprovada uma reforma constitucional que entrará em vigor nos próximos dias e dá poder absoluto a Ortega e Murillo, estabelecendo que o Estado “monitorará” a imprensa e a Igreja para que não respondam a “interesses estrangeiros”.
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