Dois mártires albaneses são beatificados
O Prefeito para a Causa dos Santos, o Cardeal Marcello Semeraro, presidiu a cerimônia de beatificação de dois sacerdotes martirizados na Albânia no início do século XX
Redação (19/11/2024 15:00, Gaudium Press) – No último sábado, 16 de novembro, na Catedral de Santo Estêvão, em Shkodra, Albânia, foi celebrada a Missa de beatificação de dois mártires albaneses, Luigi Palić e Gjon Gazulli, mortos em 1913 e 1927, respectivamente.
A celebração eucarística foi presidida pelo Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos. Os dois novos beatos foram mortos em ódio à fé durante uma perseguição religiosa e reafirmaram, dessa forma, seu compromisso com Jesus Cristo e a Igreja.
Exemplo de Santidade em Tempos de Perseguição
Durante a homilia, o Cardeal Semeraro destacou que os dois mártires foram vítimas de calúnias e falsas acusações, exemplificando as palavras de Nosso Senhor sobre as bem-aventuranças: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça.”
O Cardeal falou sobre o poder nefasto da mentira que “divide” e “afasta” de Cristo e dos irmãos e irmãs. Fazendo um paralelo com a atualidade, o Cardeal mencionou igualmente o problema da desinformação e das mentiras que circulam na internet e que podem arruinar a vida de uma pessoa.
A beatificação dos sacerdotes Luigi Palić e Gjon Gazulli não apenas celebra o sacrifício, mas é igualmente um convite a refletir sobre o poder transformador da verdade e da fidelidade à fé.
O Papa Francisco, durante a oração do Ângelus no dia 17, também mencionou os novos beatos. O Papa pediu que o exemplo dos mártires albaneses sirva de conforto aos numerosos cristãos que, hoje em dia, são discriminados por causa da fé.
O Martírio de Luigi Palić
Nascido em 20 de fevereiro de 1877, em Janjevo, Kosovo, Luigi Palić era membro da Ordem dos Frades Menores. Durante a Primeira Guerra dos Balcãs, enfrentou o regime de Montenegro, que promovia conversões forçadas de católicos e muçulmanos ao cristianismo ortodoxo. Mesmo diante da ameaça, Luigi permaneceu firme em sua missão pastoral, defendendo os direitos dos fiéis.
Ele foi preso em março de 1913 e, depois de ser torturado, foi assassinado no dia 7 do mesmo mês. Antes de sua execução, reafirmou sua devoção e sua firme decisão de permanecer fiel à sua fé, dizendo: “Ó Jesus, que seja por amor a Ti!”
O Martírio de Gjon Gazulli
Padre Gjon Gazulli, nascido em 26 de março de 1893, em Dajç, Albânia, tornou-se sacerdote diocesano em 1919. Em um período marcado pelo regime autoritário do presidente Ahmet Zogu, que tentava eliminar as confissões religiosas no país, Gjon fundou uma escola para ensinar a religião católica, enfrentando, assim, o regime do governo. Mesmo ameaçado, não abandonou sua comunidade.
Ele foi conduzido à prisão em dezembro de 1926 e, após um julgamento fraudulento baseado em falsas acusações, foi enforcado em 5 de março de 1927. Suas últimas palavras foram: “Morro inocente. Viva Cristo, nosso Rei!”
A beatificação de Luigi Palić e Gjon Gazulli não apenas celebra suas vidas de sacrifício, mas também nos convida a refletir sobre o poder transformador da verdade e da fidelidade à fé, mesmo em meio às maiores adversidades. (FM)
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