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De não católica à fundadora do primeiro convento católico da Etiópia

Emahoy Haregeweine acreditava que sua vocação ia além de sua vida religiosa pessoal.

Emahoy Haregeweine com o cardeal Berhaneyesus durante a bênção da Capela em Holeta, Etiópia Foto: Vatican news

Emahoy Haregeweine com o cardeal Berhaneyesus durante a bênção da Capela em Holeta, Etiópia Foto: Vatican news

Redação (07/11/2024 09:42, Gaudium Press) O site de notícias Vatican News relata a história de Emahoy Haregeweine, uma religiosa pioneira na Etiópia, que fundou o primeiro convento local naquele país, o convento beneditino da Santíssima Trindade.

Os membros do convento recebem o título de “Emahoy”, uma palavra amárica que significa “Minha Mãe”. Esse título reflete a crença de que todas as mulheres são mães: algumas se tornam mães biológicas, enquanto outras, como as religiosas, dedicam suas vidas a se tornarem mães espirituais de todos.

Da inspiração litúrgica à líder monástica

Emahoy, nascida em Addis Abeba, na Etiópia, estudou na Lycée Gebremariam French School, onde conheceu diversas culturas e línguas. Aos 16 anos, depois de ter participado da sua primeira missa na Paróquia de São Francisco com um amigo católico, ficou profundamente comovida com a liturgia, que suscitou nela o desejo de reforçar a sua relação com Cristo.

Apesar de sua origem ortodoxa, sentia-se atraída pelo catolicismo, começou a ir regularmente à missa e aspirava tornar-se uma religiosa. A sua fé fortaleceu-se depois de ver uma imagem de São Francisco, que consolidou o compromisso pela sua vocação.

Guiada pela oração e pelo acompanhamento espiritual, Emahoy Haregeweine superou os desafios e uniu-se às Pequenas Irmãs de Jesus (fundadas por São Carlos de Foucauld). Fez formação religiosa em diversos países, entre os quais Nigéria, Quênia, Egito, França e Itália, enquanto procurava continuamente respostas para as suas questões espirituais.

Em 2007, enquanto frequentava um seminário sobre as tradições monásticas etíopes, sentiu ter encontrado as respostas que procurava. Esse momento marcou o início da sua missão de fundar um convento católico que refletisse a identidade espiritual e cultural única da Etiópia.

Em 2018, concretizou o seu sonho ao fundar o primeiro convento católico da Etiópia, o “convento beneditino da Santíssima Trindade”. Durante a sua estadia na França, com o apoio dos beneditinos, utilizou o seu tempo livre para angariar fundos vendendo lembranças feitas à mão. Com isso, conseguiu comprar uma pequena casa em Addis Abeba.

Mais tarde, com o apoio dos beneditinos franceses, comprou um terreno em Holeta, a 40 km da capital. Com a bênção e a aprovação do Cardeal Berhaneyesus Souraphiel, arcebispo de Addis Abeba e presidente da Conferência Episcopal Católica da Etiópia, foi-lhe concedido o privilégio de fundar o convento. Vestida com o seu novo hábito monástico e oferecendo orações na língua local, sentiu que tinha finalmente descoberto as respostas para as lacunas do seu percurso religioso.

Emahoy Haregeweine apoia a integração da fé na cultura local, promovendo simultaneamente a autossuficiência financeira no seu convento. Lançou iniciativas agrícolas para garantir a sustentabilidade a longo prazo.

A sua visão vai para além do convento e iniciou um programa de jardim de infância que liga a sua comunidade aos habitantes das aldeias locais.

A vida monástica e o chamado à santidade

Emahoy vê o convento como um santuário pacífico onde os fiéis podem se unir às religiosas em oração, em reflexão e para consultas espirituais nas suas línguas locais. Visa criar um espaço onde a fé e a comunidade floresçam em conjunto, promovendo uma ligação profunda com Deus e entre eles.

Encoraja os casais a terem mais filhos e a cultivar famílias orantes, exortando os que discernem as suas vocações a passar tempo em oração e a ouvir as indicações de Deus. Para ela, a santidade não está confinada à vida religiosa, mas é um apelo universal, sublinhando que a Igreja só subsistirá se estivermos dispostos a nos sacrificar por amor a Jesus Cristo.

Com informações Vatican news

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