Turquia: Igreja comemora o bicentenário da morte da Beata Ana Catarina Emmerich
Em 11 e 12 de outubro de 2024, a Diocese Católica Latina de Esmirna realizou um simpósio em comemoração ao bicentenário do falecimento de Ana Catarina Emmerich e ao 20º aniversário de sua beatificação.
Redação (16/10/2024 10:10, Gaudium Press) A Arquidiocese de Esmirna, na Turquia, organizou um simpósio de 11 a 12 de outubro para celebrar o 200º aniversário do falecimento da Beata Ana Catarina Emmerich e os 20 anos de sua beatificação pelo Papa João Paulo II. Estiveram presentes o Arcebispo Marek Solczyński, núncio apostólico na Turquia e o Arcebispo Martin Kmetec, de Esmirna.
Participaram deste simpósio aproximadamente 80 pessoas de diversas cidades turcas, bem como da França, Alemanha, Suíça, Áustria, Itália, Canadá e EUA.
A abertura do simpósio teve lugar na Igreja de Santa Helena em Karşıyaka, Esmirna, e houve um concerto à noite na Catedral de São João na mesma cidade. No dia seguinte, a programação ocorreu na Casa de Nossa Senhora, em Éfeso. A diocese católica de Münster ofereceu uma relíquia da Beata Ana Catarina Emmerich à diocese de Esmirna. O simpósio terminou na festa de Theotokos, no mesmo local.
Como explicou o Pe. Adrian Baciu, OFM Conv, pároco de Karşıyaka, Emmerich, que nasceu em 1774, não era uma especialista em Sagrada Escritura ou em História da Igreja, apenas uma religiosa aberta às inspirações de Nossa Senhora.
Clemens Brentano, poeta e amigo de Emmerich, e seu médico, William Wesener, foram os responsáveis por transcrever as explicações minuciosas de suas visões. A biblioteca diocesana de Frankfurt am Main, na Alemanha, conserva o manuscrito original.
Os conferencistas debateram a personalidade de Ana Catarina Emmerich e suas visões sobre os últimos anos da vida da Virgem Maria. Também abordaram a biografia da Irmã Marie de Mandat-Grancey, uma Filha da Caridade francesa que esteve envolvida na descoberta da Casa da Virgem Maria em Éfeso, na Turquia, bem como a missão dos Lazaristas e das Filhas da Caridade em Esmirna.
Emmerich desconhecia os estudos históricos e as opiniões sobre os últimos dias de Maria em dois locais distintos, de acordo com as duas tradições. A tradição de Éfeso, muito anterior à de Jerusalém, se baseia principalmente no pedido de Jesus ao apóstolo João: “‘Eis aí a tua Mãe’. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe”.
A descoberta da casa de pedra em 29 de julho de 1891 – Panaya Kapulu – que o apóstolo João construiu para Maria na montanha Bülbüldağ perto das ruínas de Éfeso, ocorreu após setenta anos das visões e escritos de Emmerich.
Os oradores também trataram sobre os estigmas de Emmerich – que durante vários anos se alimentou apenas com a Eucaristia – e os sinais milagrosos que permearam a sua existência.
Segundo Baciu, dois aspectos importantes ilustram o lugar de Catarina Emmerich e seus escritos na Igreja.
“Primeiro, suas visões sobre os últimos dias de Maria em Éfeso, incluindo sua morte e Assunção, foram detalhadamente descritas em agosto de 1821, antes da proclamação do dogma da Imaculada Conceição em 1854. Emmerich é, portanto, uma voz profética entre o povo de Deus. As suas visões, que se tornaram um meio de reflexão e oração, revelaram aos fiéis os mistérios da fé”.
“Em segundo lugar, embora os escritos de Emmerich não sejam estritamente históricos ou teológicos no âmbito acadêmico, o seu impacto sobre os fiéis é inegável. De fato, os fiéis são atraídos pelos seus escritos e pelos locais sagrados como Éfeso. Seus escritos desempenham um papel importante para a Igreja e ressoam nos corações dos filhos de Deus, guiando-os na sua trajetória espiritual e fortalecendo a sua fé”.
Com informações ACI mena
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