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Cura física ou espiritual?

Os Sacramentos são remédios eficazes para a cura de nossa alma debilitada pelo pecado original.

Cura do surdo-mudo - Biblioteca do Mosteiro de Yuso, San Millán de la Cogolla (Espanha) - Foto: Francisco Lecaros

Cura do surdo-mudo – Biblioteca do Mosteiro de Yuso, San Millán de la Cogolla (Espanha) – Foto: Francisco Lecaros

Redação (08/09/2024 19:12, Gaudium Press) A liturgia deste 23º Domingo do Tempo Comum nos aponta dois modos de vida: um voltado para o materialismo e outro, para o sobrenatural.

São Paulo, em sua primeira epístola aos Coríntios, faz a distinção entre o homem psíquico, que vive com os olhos postos nas coisas meramente palpáveis e sensíveis, sendo, portanto, inapto para entender o mundo sobrenatural que provém do Espírito de Deus, e o homem espiritual que, enriquecido com o dom do Espírito, compreende as realidades que ultrapassam o conhecimento e a sabedoria humana. Assim, o Apóstolo compara os membros da Igreja àqueles que não receberam o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem da parte de Deus, a fim de conhecerem os dons da graça que foram dados pelo Criador (cf. 1Cor 2,12).

Ora, a primeira leitura, extraída do livro do profeta Isaías, sublinha esta ideia ao proclamar a profecia de que haveria um tempo em que os olhos dos cegos se abririam, os ouvidos se descerrariam e as línguas se desatariam (Is 35,5-6). Isto cumpriu-se com a vinda do Messias, Nosso Senhor, pois mais do que a cura de males físicos, efetuadas por Jesus ao longo de sua vida pública, veio Ele trazer a cura das almas, elevando-as com a vida divina recebida no Batismo. É bem verdade que o pecado original trouxe consequências desastrosas para o homem, como a forte tendência para as más inclinações, fruto de uma desordem do ser, mas quer Deus, em sua infinita Bondade e Misericórdia, curar estes efeitos do pecado em nossas almas.

Qual a condição para isto se realizar?

A cura da alma

O Evangelho de hoje descreve a cena de um homem surdo que é levado a Jesus, para que o curasse. O Divino Mestre tirou o homem do meio da multidão, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e, com a saliva, tocou a língua dele. Em seguida:

“Olhando para o céu, suspirou e disse: ‘Efatá!, que quer dizer abre-te! Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade” (Mc 7,34-35).

Todos os gestos feitos por Nosso Senhor tinham por objetivo eliminar qualquer dúvida de que era Ele mesmo quem operava tais curas. E, assim como Ele abriu os ouvidos e soltou a língua daquele homem, Jesus continua curando a surdez e a mudez espiritual através dos Sacramentos, em especial na Confissão bem feita e na Sagrada Eucaristia bem recebida. Portanto, basta se aproximar dos Sacramentos deixados por Cristo à sua Igreja que advirá a cura.

Enfim, cumpre sermos como este homem descrito no Evangelho, e caminharmos ao encontro de Jesus com coração confiante e cheio de fé, certos de que seremos curados de nossa surdez e mudez espiritual, livres das coisas que nos ligam ao mundo e ao pecado.

Por Rodrigo Siqueira

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