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Audiência Geral: onde há o Espírito de Deus, há liberdade

A liberdade do Espírito, como nos recorda São Paulo, nunca é um pretexto para “as obras da carne”, mas se manifesta paradoxalmente no serviço ao próximo, que nos liberta do egoísmo.

Foto: Vatican news

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Redação (05/06/2024 09:41, Gaudium Press) No seu novo ciclo de catequese sobre a ação do Espírito Santo e da Igreja, o Papa hoje concentrou seu ensinamento no nome pelo qual o Espírito Santo é chamado na Bíblia. “A Terceira Pessoa da Santíssima Trindade também tem um nome: chama-se Espírito Santo. Mas, disse Francisco, ‘Espírito’ é a versão latinizada. De fato, é sob o nome de ‘Ruach’, que significa ‘sopro, vento, respiro’, que ‘os profetas, os salmistas, Maria, Jesus e os apóstolos o invocaram’”.

Francisco explicou que o nome nunca é uma mera denominação convencional, ele é tão importante que quase se identifica com a própria pessoa. Ele “diz sempre algo sobre a pessoa, sua origem e sua missão. Assim é também no caso do nome Ruach. Ele contém a primeira revelação fundamental sobre a pessoa e a função do Espírito Santo”.

Francisco não vê como coincidência que, em Pentecostes, o Espírito Santo tenha descido sobre os Apóstolos acompanhado “pelo “ruído de um vento impetuoso” (cf. At 2, 2). Era como se o Espírito Santo quisesse assinar o que acontecia”.

A imagem do vento reflete o “poder do Espírito Santo”. A expressão “Espírito e poder”, ou “poder do Espírito”, é uma combinação recorrente na Bíblia, observa o Papa. “O vento é uma força impetuosa e indomável capaz de mover até os oceanos”.

Refletindo sobre a vida de Jesus, o Papa evocou uma característica do vento: a da sua liberdade. “O vento sopra onde quer: ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim é todo aquele que nasceu do Espírito” (Jo 3, 8), diz Jesus a Nicodemos.

Na presença do Espírito permanece uma liberdade muito singular, muito diferente do que se entende comumente. “Uma pessoa livre, um cristão livre, é aquele que tem o Espírito do Senhor. Trata-se de uma liberdade muito especial, deveras diferente da que é geralmente entendida. Não é a liberdade de fazer o que se quer, mas a liberdade de fazer livremente o que Deus quer! Não é a liberdade de praticar o bem ou o mal, mas a liberdade de praticar o bem e de o fazer livremente, isto é, por atração, não por obrigação. Em síntese, liberdade de filhos, não de escravos!

E como disse São Paulo em seus escritos aos Gálatas: “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas que essa liberdade não seja pretexto para a carne; através do amor, colocai-vos ao serviço uns dos outros” (Gal 5, 13). A liberdade do cristão não significa “má conduta, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rivalidade, ciúmes, dissensões, intrigas, divisões, sectarismo, inveja, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes. (Gal 5,19-21).

Onde podemos encontrar esta liberdade do Espírito tão contrária à liberdade do egoísmo, perguntou o Papa, indicando que a resposta se encontra nas palavras que Jesus certa vez dirigiu aos seus ouvintes: “Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (Jo 8, 36).

Francisco concluiu pedindo a “Jesus que, mediante o seu Espírito Santo, faça de nós homens e mulheres verdadeiramente livres. Livres para servir, no amor e na alegria”.

Com informações Vatican news

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