Não amar: o pior dos castigos
Ainda em tenra idade, Santa Teresinha do Menino Jesus, tomada inteiramente pelo amor a Deus, surpreendia-se ao considerar como, no inferno, ninguém pode elevar um ato de amor a Deus.
Redação (28/10/2023 10:50, Gaudium Press) “Certa noite, não sabendo como dizer a Jesus que o amava e quanto desejaria que Ele fosse amado e glorificado por toda a parte, pensei, com dor, que Ele jamais poderia receber do inferno um único ato de amor. Então, disse ao Bom Deus que, para agradar-lhe, consentiria em ver-me aí mergulhada a fim de que fosse eternamente amado neste lugar de blasfêmia… Sabia que isso não podia glorificá-lo, pois Ele só deseja nossa felicidade, mas, quando se ama, sente-se a necessidade de dizer mil loucuras.
Se falava assim, não era porque o Céu não acendesse o meu desejo, mas porque meu Céu não era outra coisa que o Amor, e sentia como São Paulo que nada poderia separar-me do objeto divino que me cativara… Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Realmente, está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro. Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, Nosso Senhor (cf. Rm 8,35-39).
SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS. História de uma alma. São Paulo: Cultor de livros, 2022, p.109.
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