Santidade: uma obrigação para todos
Na liturgia desse 26º Domingo do Tempo Comum, Nosso Senhor recorda que todos os batizados são chamados à santidade.
Redação (01/10/2023 09:50, Gaudium Press) Ao ler a história dos santos, deparamo-nos com um fator assaz curioso: alguns, desde o primeiro momento em que foram chamados por Nosso Senhor, disseram um sim rotundo, irrevogável. Esse foi o caso de Santo Antão, São João Maria Vianey, Santa Teresinha e muitos outros; já outros, como Santa Teresa d’Ávila disseram sim, mas em alguns momentos, pela fraqueza humana, aparentemente voltavam atrás; outros, enfim, de início disseram não, como foi o caso de Santo Agostinho, porém, mais tarde deixaram-se vencer pela Graça Divina.
A liturgia desse domingo nos oferece o trecho do Evangelho de São Mateus, capítulo 21, versículos 28-32, no qual Nosso Senhor narra a parábola dos “dois filhos”:
Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes e anciãos do povo: “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” (Mt 21,28-30).
A parábola é claríssima. Evidentemente, Nosso Senhor, ao aplicá-la, como vê-se na continuação do texto litúrgico, tinha em mente, sobretudo, os escribas e fariseus, os quais aparentemente disseram “sim” para trabalhar na vinha do Senhor, e que, entretanto, levavam uma vida desonesta no serviço de Deus, o que lhes cerrou e endureceu o coração.
Já os pecadores públicos, isto é, aqueles que estavam afastados de Deus, pode ser que num primeiro instante tenham dito “não”. Sem embargo, quando Nosso Senhor os chamou, entregaram-se a Ele de todo o coração, como foi o caso de São Mateus, chamado na coletoria de impostos, e Santa Maria Madalena.
Daí se entende o fim da parábola:
“Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus” (Mt 21,31).
Para nós católicos, Nosso Senhor Jesus Cristo quer, por meio deste Evangelho, recordar que somos chamados a dizer-Lhe um “sim efetivo”, até as últimas consequências.
Ora, se somos daqueles que, desde o primeiro momento, disseram “sim” e foram fiéis ao longo da vida, que Nossa Senhora nos conserve nessa fidelidade e nos dê a graça de perseverarmos até o fim; se somos escribas ou fariseus, que não desanimemos! Peçamos o auxílio Divino, e ele não nos faltará. Se até agora, contudo, temos dito “não”, abramos nossos corações à voz de Deus, e deixemo-nos guiar por Ele.
Os exemplos ao longo da história não nos faltaram. Que ninguém alegue ser impossível ser santo. Impossível será, somente, se nos apoiarmos nas próprias forças, pois, naturalmente falando, a natureza humana, decaída pelo pecado original, não dá para isso.
Rezemos, assim, a Nossa Senhora que, sendo Auxiliadora dos Cristãos, nos obtenha de Seu Divino Filho a graça de uma santidade íntegra e verdadeira, e, sobretudo, nos conceda muito amor aos reveses, visto que santidade sem sofrimento não existe.
Por Guilherme Maia
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