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Os santos não dizem “amanhã”!

Por mais longa que possa parecer nossa vida, em comparação com a eternidade, ela não é sequer um piscar de olhos. Em que aplicamos o nosso tempo?

Foto: Pablo Añón/ Unsplash

Foto: Pablo Añón/ Unsplash

Redação (14/09/2023 09:27, Gaudium Press) “Olhai para este homem, assentado todo o dia e toda a noite à banca do jogo; não é isto perder o tempo? Se lhe perguntares o que faz, ele mesmo convirá nisso: “É para passar o tempo”, será a sua resposta. Vede esse outro ocioso que se diverte horas inteiras, na rua, a ver os transeuntes ou entretém-se com coisas indecorosas ou inúteis; interrogai-o também, e ele não hesitará em responder: “É para matar o tempo”. Pobres cegos que perdem tantos dias preciosos que não mais voltarão!

Quando a morte chega, não é possível fazer nada: o que está feito, está feito. Meu Deus, se um homem soubesse de repente que dentro de poucos dias a sua vida e fortuna haviam de ser envolvidas num processo, como se apressaria a procurar um advogado hábil, que fizesse prevalecer perante os juízes os seus meios de defesa, e tentasse todos os esforços para lhe conseguir uma sentença favorável! E que fazemos nós? Sabemos com certeza que, em breve, se há de julgar o mais grave de nossos negócios, o da nossa eternidade, e perdemos o tempo!

Coisa espantosa! Por mais longa que seja a nossa vida, de tão pouca duração a considera o demônio, que não perde um momento sem nos tentar: Investiu contra vós o demônio cheio de raiva porque ele sabe que lhe resta pouco tempo (Ap, 12,12).

A venerável madre Joana da Santíssima Trindade, carmelita descalça, costumava dizer: Na linguagem dos santos é desconhecida a palavra amanhã; pertence esta palavra à linguagem dos pecadores; têm eles sempre na boca estas palavras: ‘Mais tarde, mais tarde’.

Assim dizem e assim demoram até à morte a sua conversão: o tempo favorável é agora (2Cor 6,2): Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não endureçais os vossos corações.

Extraído de: AFONSO DE LIGÓRIO. Máximas eternas. São Paulo: Cultor de livros, 2016, p. 109

 

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