E nós, o que procuramos?
O amor divino rapidamente entra em um coração desapegado de todo afeto das coisas criadas e o preenche. Isto porque a alma não pode viver sem amar; ou há de amar o Criador ou as criaturas.
“Diz o profeta Jeremias que o Senhor é todo Bondade para aquele que o busca: ‘O Senhor é bom para quem nele confia, para a alma que o procura’ (Lm 3,25). Mas isso se refere àquela alma que busca somente a Deus. Ó feliz perca! Ó feliz ganho! Perder os bens mundanos que não contentam o coração e logo acabam, para ganhar o sumo e eterno bem que é Deus!
Conta-se de um devoto solitário que, enquanto um príncipe foi ao bosque, ele ia correndo por aquele lugar deserto. O príncipe, vendo-o andar e vagar por lá, interrogou quem era e o que estava fazendo. Ele respondeu: E vós, Senhor, que andais fazendo neste lugar deserto? Disse-lhe o príncipe: Estou caçando animais. E o solitário respondeu: E eu estou caçando Deus. E assim se afastou de seu caminho.
Na vida presente este ainda deve ser o nosso único pensamento: buscar a Deus para amá-lo, e a sua vontade para cumpri-la, retirando do coração todo afeto das criaturas. E, quando se apresentar diante de nós algum bem da terra para tomar o nosso amor, estejamos preparados para dizer-lhe: Desprezei o reino do mundo e todos os ornatos do século pelo amor do meu Senhor Jesus Cristo”.
AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. A prática do amor a Jesus Cristo. São Paulo: Cultor de Livros, 2021, p. 117.
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