São Dimas: o bom ladrão
25 de março, a Igreja também lembra a memória de São Dimas, beneficiado por Nosso Senhor, anos antes da Crucifixão. Tendo professado sua fé em Nosso Senhor na hora suprema da Paixão, mereceu ser reconhecido pela Igreja como “o bom ladrão”.
Redação (25/03/2023 10:43, Gaudium Press) Durante a fuga para o Egito, a Sagrada Família teve que atravessar a garganta de uma montanha cheia de assaltantes. O chefe destes, encantado com a distinção de Nossa Senhora e de São José, em vez de roubá-los, quis dar-lhes pousada naquela noite.
Tratava-se de uma família de ladrões, habituada a investir contra os viajantes que passavam pela inóspita região. Entre eles havia uma senhora cujo filho mais novo era leproso.
Na manhã seguinte, antes de partir, Nossa Senhora banhou o Menino Jesus e recomendou àquela mulher que lavasse seu filho nas águas por Ela usadas. Fazendo isso, a criança ficou curada.
O maior milagre, entretanto, não foi o físico, mas o que Nosso Senhor operou, com anos de antecedência, para a salvação do pequeno. Era ele Dimas, o futuro bom ladrão, que trinta e três anos mais tarde estaria junto a Jesus no alto do Calvário!
Aquela graça dada pelo Salvador foi o ponto de partida para que, depois de todos os crimes cometidos ao longo da vida, São Dimas se arrependesse na hora da morte!
Nossa Senhora: Mediadora do primeiro santo canonizado
Quando a Cruz já estava levantada, Nossa Senhora pôde, mais uma vez, exercer sua intercessão materna. A princípio, os dois ladrões crucificados com Jesus haviam se unido aos insultos e blasfêmias da multidão.
Em determinado momento, porém, Dimas comoveu-se à vista da Virgem Dolorosa e pensou na bondade d’Ela, no profundo sofrimento que padecia por seu Filho e, sobretudo, em quão diferente teria sido sua própria vida se Ela fosse sua Mãe.
Tomado pela graça, observou a semelhança entre Mãe e Filho e, num relance, fez um ato de fé na filiação divina do Redentor. Correspondeu assim às orações que, compadecida, Nossa Senhora elevara por ele e por seu companheiro de suplício ao encontrá-los no Calvário, recusadas, infelizmente, pelo outro.
Essa atitude lhe valeu a força para defender a inocência de Jesus perante o mau ladrão e a promessa do Salvador: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso!” (Lc 23, 43). Tratava-se da primeira canonização da História, conquistada pela mediação de Maria.
“Feliz ladrão que, ao morrer, roubou o Céu! Os méritos dele não estavam na proporção de alcançar o Céu, mas ele o alcançou porque Deus quis. É o símbolo da via misericordiosa das almas que sabem valerem pouca coisa, mas se entregam a Deus Nosso Senhor e são cumuladas pela misericórdia divina”.[1]
Texto extraído dos livros: São José, quem o conhece?; Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens. Por Mons. João Clá Dias, EP.
[1] CORREA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência de 9/4/1971
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