Será que eu cumpro o preceito quaresmal?
O início da Quaresma evoca pensamentos sobre a importância da penitência. Mas, o que ela é, de fato?
Redação (20/02/2023 20:09, Gaudium Press) É comum, no início da Quaresma, ouvirmos comentários acerca da importância da abstinência e sobre as normas do jejum da Quarta-feira de Cinzas e da Sexta-feira Santa. Porém, poucos sabem do que se trata, propriamente, essa penitência tão comentada.
Normalmente, quando falamos de penitência, nos referimos à mortificação dos sentidos, aos jejuns, à abstinência de carne ou algum outro alimento; raramente pensamos em algum sacrifício mais espiritual, como o combate a um defeito.
Mortificação corporal: uma consequência do desejo de conversão
A palavra “penitência” vem do verbo latino “pœnitere”, decorrência de “pœnam tenere”, que significa “portar uma pena”, e, assim, pode indicar tanto a aplicação de um castigo, quanto a dor, o arrependimento de algo que se fez. Quando essa penitência é baseada nos princípios da fé, torna-se uma virtude.
Desse modo, a virtude da penitência consiste em três atos: 1) o arrependimento de suas faltas; 2) o propósito de não as cometer mais; 3) a aplicação de um castigo proporcional.
Essa distinção é muito importante para podermos analisar se estamos praticando corretamente o preceito quaresmal da penitência. Não basta, portanto, abster-se de um alimento – como fazemos quando queremos emagrecer –, mas o mais importante é o arrependimento das próprias faltas ou defeitos, e a mortificação corporal deve ser uma consequência desse desejo de conversão.
Assim, esse período que antecede a Paixão de Cristo nos convida a um exame de consciência que conduza à mortificação corporal com vistas a uma mudança de conduta, para obter a salvação.
Ou seja, é um tempo de penitência, conversão e salvação.
Por Miguel de Souza Ferrari
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