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Santa Maria, Mãe de Deus!

A festa de Santa Maria, Mãe de Deus foi a primeira festa mariana que surgiu na Igreja ocidental, a partir do século IV.

Menino Jesus e Nossa Senhora1

Redação (31/12/2022 15:49, Gaudium Press). No dia 1º de janeiro, além da Festa de Santa Maria, Mãe de Deus, comemora-se também o Dia Mundial da Paz, instituído pelo Papa São Paulo VI, no ano de 1967.

O bebê nasce e a mãe não consegue deixar de olhá-lo, embevecida: não há dúvida, o seu filho é, simplesmente, a criança mais perfeita e mais linda do mundo! Quando ele completa uma semana de vida, a mãe já sabe reconhecer o seu choro, já conhece os seus hábitos de sono, sabe quando ele está com fome e quando outras coisas o incomodam. Esse é o grande dom dado à mulher: a maternidade. Ela gera um filho em seu ventre, o carrega durante nove meses, e depois recebe nos braços aquela criatura pequenina que dependerá completamente dos cuidados dela nos primeiros meses de vida, ou até nos primeiros anos.

Se isto é assim com uma mãe comum, que olha para aquela criatura frágil nos seus braços e imagina que, no futuro, ele ou ela virá a ser um grande homem, uma grande mulher, como terão sido esses primeiros dias para a Mãe de Deus? Com o Menino Jesus nos braços, pequeno, delicado, totalmente dependente dela, Ela o olhava, o abraçava e sabia que estava embalando o próprio Deus!

Origem da Festa de Santa Maria, a Mãe de Deus

No primeiro dia do ano novo, o calendário dos santos é aberto com a Festa de Santa Maria, a celebração do mistério da maternidade divina: uma Mãe que é Filha do seu Filho e Mãe de seu Pai. Maria, a mais humilde e a mais sublime de todas as criaturas, é a única que pode chamar a Deus de Filho, em toda a sua ternura maternal, e tem o privilégio único e incomparável de ouvir o próprio Deus chamá-la de Mãe.

A festa de Santa Maria, Mãe de Deus foi a primeira festa mariana que surgiu na Igreja ocidental, a partir do século IV. Ela nasceu em Roma, substituindo o costume pagão das dádivas, cujos ritos não condiziam com a santidade das celebrações cristãs.

Considera-se que essa festa tenha tido seu início junto com a dedicação de uma das primeiras igrejas marianas de Roma: a de Santa Maria Antiga, no Foro Romano. Sua liturgia está ligada à liturgia do Natal e ocorre no que chamamos de oitava de Natal, que significa oito dias depois da Natividade, lembrando o rito que se cumpriu oito dias após o nascimento de Jesus, com a cerimônia da circuncisão. “Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno.” (Lc 2, 21).

Maria Santíssima e o Dia Universal da Paz

No dia 1º de janeiro, além da Festa de Santa Maria, Mãe de Deus, comemora-se também o Dia Mundial da Paz, uma coincidência feliz, porque ninguém melhor que Maria Santíssima para representar o conceito de paz, fé, amor e caridade. Ela representa o terreno fecundo no qual o Verbo de Deus veio habitar, mas é também a Mãe de todos nós e a Medianeira de todas as graças, a Rainha da Paz.

O Dia Mundial da Paz foi proclamado no dia 08 de dezembro de 1967, pelo Papa São Paulo VI, estabelecendo o primeiro dia do ano para essa comemoração, juntamente com o culto da maternidade divina de Maria e do Santíssimo Nome de Jesus, com o objetivo de promover o sentimento da paz pelo mundo,

Desta forma, a Festa de Santa Maria, Mãe de Deus incita todos os católicos a começarem o ano novo pedindo a proteção da Santíssima Virgem, pois ela representa a ponte entre o Céu e a Terra, Aquela que une as pessoas a Deus, que encaminha a Ele todos os pedidos e derrama sobre a Terra todas as graças celestiais. Maria é a Mãe de cada um de nós e o modelo perfeito de santidade e adoração a Deus.

Theotokos: a mãe de Deus

Toda a tradição cristã, a partir dos tempos apostólicos, é uma proclamação contínua desta verdade fundamental, a maternidade divina. Nos dois primeiros séculos, os Padres ensinaram que Santa Maria Santíssima concebeu e deu à luz a Deus. No terceiro século, começa o uso do termo que se tornou clássico: Theotokos, que significa Mãe de Deus

No século IV, mesmo antes do Concílio de Éfeso, a expressão Mãe de Deus se tornara comum entre os cristãos, fato que incomodava ao Imperador, embora muitas autoridades do Império Romano reconhecessem que a expressão Mãe de Deus estava em uso entre os cristãos havia muito tempo.

A exultação que os fiéis demonstraram quando a maternidade divina foi definida solenemente como dogma de fé comprova quão profundamente essa verdade estava radicada na alma daqueles antigos cristãos.

A última reforma do calendário transferiu para o dia 1º de janeiro a festa que, até 1931, era celebrada no dia 11 de outubro, lembrando o concílio de Éfeso, que instituiu o dogma da maternidade divina.

Outro aspecto inegável de Santa Maria, Mãe de Deus, é a sua enorme contribuição para a união dos apóstolos e a formação da Santa Igreja Católica. Sobre isso, São Paulo VI muito bem assinalou a amplidão do serviço de Maria ao afirmar que “apresentar-se-á Maria como a mulher que com a sua ação favoreceu a fé da comunidade apostólica em Cristo e cuja função materna se dilatou, vindo a assumir, no Calvário, dimensões universais”

Juntos em 2023

Que possamos, neste último dia do ano que finda, e no alvorecer do ano que se inicia, nos voltarmos para Maria, nos entregarmos a Ela, nos consagrarmos ao seu amor. A vida continuará difícil e os desafios continuarão surgindo, porém, tendo Maria como modelo, refúgio e fortaleza, tudo ficará mais fácil de suportar até o dia em possamos, verdadeiramente, conhecer a paz.

Nossos agradecimentos a todos vocês que nos acompanharam durante o ano de 2022 e o nosso desejo de permanecermos juntos, acompanhando as notícias da Igreja e do mundo católico em 2023.

Feliz Ano Novo!

Equipe Gaudium Press

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