Dentes de leite
Muitas vezes encontramos nas tenras crianças aquela fervorosa devoção Eucarística própria às almas inocentes, tão díspar da atitude de tantas pessoas maduras, que sequer preocupam-se em ter a alma limpa e digna para receber com reverência a Jesus sacramentado.
Redação (01/12/2022 12:18, Gaudium Press) Em 1915, escreveu um missionário:
Uma pequena criança do orfanato de Trichinopoli veio um dia suplicar-me que a admitisse à Primeira Comunhão.
– Que idade tens? perguntei-lhe.
– Ah! Isso não sei – respondeu.
Recolhida de lugar desconhecido, não pôde saber quantos anos tinha; nem as irmãs o puderam descobrir.
– Mostra-me os dentes – disse.
Abrindo um leve sorriso, identifiquei que ela possuía apenas dentes de leite.
– Oh! exclamei; os teus dentes de leite dizem-me que não tens nem sete anos. Portanto, infelizmente, neste ano não poderás fazer a tua Primeira Comunhão.
Meu Deus! Quem o acreditaria? Tendo ouvido aquelas palavras, a menina, sem dizer nada a ninguém, correu ao quintal, tomou uma pedra e, intrepidamente, fez saltar da boca todos os seus dentes. Depois, com a boca ensanguentada, mas com ar de triunfo, voltou e disse ao missionário:
– Padre, não tenho mais nenhum dente de leite. Agora posso comungar! Dai-me Jesus, pois eu o quero muito!
Chorando de comoção, o missionário tomou-a em seus braços e segredou-lhe ao ouvido:
– Filha, amanhã te darei Jesus!
Sim, ele não podia deixar de atendê-la…
* * *
Com efeito, muitas vezes encontramos nas tenras crianças aquela fervorosa devoção eucarística própria às almas inocentes, tão díspar da atitude de tantas pessoas maduras, que sequer preocupam-se em ter a alma limpa e digna para receber com reverência a Jesus sacramentado.
Extraído, com adaptações, de: ALVES, Francisco. Tesouro de exemplos. Petrópolis: Editora Vozes, 1958, p. 35-36.
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