Os Anjos nos protegem dos perigos da alma
Um episódio ocorrido na vida do Cardeal Carlos de Principi Odescalchi deixa-nos patente a seguinte verdade: se os anjos nos livram dos perigos do corpo, não podem deixar de nos proteger contra os da alma e de nos livrar deles.
Redação (30/11/2022 09:29, Gaudium Press) “Mais importante que o corpo é a alma. Mais graves, portanto, são os perigos desta. Se os anjos nos livram dos perigos do corpo, não podem deixar de nos proteger contra os da alma e de nos livrar deles. Ora, os males da alma, que são os pecados, dependem em geral da nossa vontade. Por isto o trabalho do Santo Anjo é todo interior: são moções e inspirações que nos falam no íntimo. Entretanto, há casos em que, sem culpa nossa, nos vemos de súbito no perigo. Nesses casos, o Santo Anjo nos infunde a coragem e a força necessárias para sairmos ilesos, ou então procura afastar-nos dele de modo mais ou menos manifesto.
“Na vida do Cardeal Carlos de Principi Odescalchi encontramos um belo exemplo disto. Carlos Odescalchi foi um religioso jesuíta que nasceu em Roma, no dia 5 de março de 1785, e morreu em meados do século XIX, na cidade de Módena. Foi um homem de eminente virtude. De todo desapegado dos bens deste mundo, renunciou primeiramente às riquezas de sua principesca família para fazer-se eclesiástico, e depois ao esplendor da púrpura cardinalícia, e à alta dignidade de Vigário Pontifício, para fazer-se pobre e escondido religioso de Santo Inácio de Loyola.
“Em certa ocasião, com apenas dezessete anos de idade, Carlos fora visitar os principais monumentos de Viena, que era então uma cidade imperial. Percorria, pois, museus e pinacotecas em busca de conhecimento e das elevadas emoções que nos proporcionam as obras de arte. Numa dessas pinacotecas, passando de um compartimento do edifício a outro, um belíssimo jovem apresentou-se a ele e o deteve, indicando-lhe outra direção para tomar. Em seguida desapareceu, tal como se tivesse se diluído no ar. Carlos deteve-se e retornou, impressionado com o que acabava de acontecer. Encontrou, então, um dos guardas da pinacoteca e lhe perguntou o que é que se expunha na sala que acabara de evitar, e este respondeu-lhe que eram obras extremamente obscenas.
“Mais tarde contou aos seus íntimos o horror que então sentira pelo perigo que correra, e como se enchera de reconhecimento pelo Santo Anjo da Guarda, que sob a forma daquele jovem lhe havia aparecido. Cresceu-lhe ainda mais, de então em diante, a devoção para com o seu celeste protetor. Passou a implorar por sua ajuda com mais frequência, e sobretudo nas viagens lhe rogava para que o protegesse e livrasse de todo perigo da alma e do corpo”.
Extraído de: FERRETTI, Augusto. Os Santos Anjos da Guarda. São Paulo: Cultor de Livros, 2021, p. 118-119.
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