Nossa Senhora Rainha: Reinar nos corações, para reinar sobre o mundo
22 de agosto, a Igreja celebra Nossa Senhora Rainha. Instituída por Pio XII, esta comemoração foi transferida do dia 31 de maio para a oitava da Assunção, a fim de acentuar a realeza da Virgem com sua glorificação corporal.
Redação (22/08/2023 07:38, Gaudium Press) Ao instituir a festa de Nossa Senhora Rainha, quis a Igreja glorificar a Deus por meio da realeza de sua Mãe Santíssima, honrando-A e venerando-A com este título, um dos maiores e mais belos que já lhe foram atribuídos.
É, portanto, com imenso jubilo que devemos nos associar a essa celebração das prerrogativas régias de Maria, pensando e meditando nelas, não só para crescermos no conhecimento de tão excelsa Soberana, como também – e sobretudo – aumentarmos nosso amor e nossa devoção a Ela.
Uma grande esperança
Se é verdade que Nossa Senhora nunca é mais plenamente Rainha do que quando reinando nos corações e na sociedade humana, cumpre observar que, lamentavelmente, é também verídico que pouco se nota no mundo contemporâneo uma efetiva aceitação dessa realeza.
Cada vez mais foi ele rompendo com Nosso Senhor Jesus Cristo, com Maria Santíssima, desprezando e relegando a segundo plano os ensinamentos e ditames da Santa Igreja. O resultado é esse auge de desordem em que hoje vivemos.
Para que Nossa Senhora volte a reinar nas almas e sobre o gênero humano, é necessário que cada devoto d’Ela tenha, sobretudo, esperança de uma nova era católica virá, aquele Reino de Maria profetizado e descrito por São Luís Grignion nas páginas de seu Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, em que todos os corações e toda a civilização de bom grado estarão submetidos ao doce império da Mãe de Deus.
Mas, será só isso? Devemos viver apenas de uma grande esperança?
Reinar nos corações
Não. Temos a possibilidade, cada um dentro de si mesmo, de proclamar o Reino de Maria, de dizer:
“Em mim, ó minha Mãe, Vós sois a Rainha. Eu reconheço o vosso direito e procuro atender às vossas ordens. Dai-me lumen de inteligência, força de vontade, espírito de renúncia para que as vossas determinações sejam efetivamente acatadas. Ainda que o mundo inteiro se revolte e Vos renegue, eu Vos obedeço”.
Desse modo, haverá sempre, no meio dessa torrente de desordem, almas em que Nossa Senhora continua a reinar, corações que são outros tantos enclaves d’Ela na terra, a Ela consagrados e a partir dos quais poderá estender seu domínio uma vez mais sobre o resto do mundo.
“Por fim, meu Imaculado Coração triunfou!”
Contudo, Nossa Senhora é Rainha e Mãe de inesgotáveis misericórdias. Sabendo, como Ela só, que Deus não deseja a morte do pecador mas que ele viva, a Santíssima Virgem quer a salvação de todos os homens.
Fiéis ou débeis, santos ou pecadores, essa Mãe Celeste tem sempre para conosco a mesma atitude de bondade, disposta a amparar-nos em qualquer situação e a trazer a solução para qualquer problema.
E pode, por uma dessas maravilhas de sua inesgotável clemência, alcançar de Nosso Senhor uma forma superexcelente e irresistível de ação da graça, pela qual as almas rebeldes se deixem tocar e se convertam. Tão iluminadas e tão auxiliadas do alto, que não têm sequer a tentação de uma recaída.
Devemos, então, pedir a Nossa Senhora que atue assim sobre as almas duras e empedernidas, para que estas se abram à sua realeza toda feita de suavidade e benevolências.
Que Ela quebre e remova, do fundo desses corações rebeldes, as resistências abjetas, as paixões desordenadas, as vontades péssimas.
E tenhamos inteira confiança de que está nas mãos dessa celestial Soberana o conquistar um número assombroso de almas, o submeter os impenitentes, aqueles que até agora se fizeram surdos aos seus apelos.
De maneira que, num dia não muito distante, poderá Ela proclamar: “Por fim – segundo a promessa que fiz em Fátima – meu Imaculado Coração triunfou!”
Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n.183, agosto 2018.
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