Lourdes: uma Santa Casa de Misericórdia aberta aos fiéis do mundo inteiro

Nossa Senhora de Lourdes cura tantas pessoas! O que é mais difícil: sanar o corpo ou a alma? Para a Rainha do Céu e da Terra, nem uma coisa nem outra. Tudo aquilo que Ela pedir, obtém. 

Redação (10/02/2023 08:35, Gaudium Press) A simples menção das aparições de Nossa Senhora deixa patente ao leitor o quanto Jesus Cristo deseja pôr em evidência sua Mãe amantíssima, a fim de que Ela seja amada e servida como nunca.

No ano de 1830, a Virgem apareceu na Rue du Bac, em Paris, a Santa Catarina Labouré, mandando cunhar uma medalha que seria conhecida como milagrosa pelos incontáveis prodígios operados em favor dos que a portassem com devoção.

Em 1846, a Rainha do Céu Se manifestou a Mélanie Calvat e Maximin Giraud, nas colinas de La Salette. Sua mensagem denunciava a decadência do mundo e a proximidade de castigos, muitos dos quais já se verificaram.

E, ainda em solo francês, Nossa Senhora fez-Se ver dezoito vezes por Santa Bernadette Soubirous, em Lourdes, a partir do dia 11 de fevereiro de 1858.

Médica admirável de uma geração fraca

No caso de Lourdes, indica a eficácia surpreendente da ação medicinal, por assim dizer, da Virgem Clemente.

A abençoada Gruta de Massabielle é como uma Santa Casa de Misericórdia aberta a qualquer enfermo do mundo, e especializada em restituir a saúde ou incutir ânimo para carregar as dores com resignação cristã.

No entanto, Nossa Senhora quer ali manifestar, sobretudo, um importante aspecto de sua missão nos tempos futuros.

Arrastada pela torrente infecta da Revolução, a humanidade tem decaído a ponto de se generalizarem incontáveis tipos de enfermidades psíquicas, e inclusive físicas, num grau até agora desconhecido.

As gerações atuais acusam sérios males que lhes afetam a mente e o equilíbrio psíquico de modo preocupante. Pois bem, para sanar as almas atingidas por tantas carências não há ninguém como Maria. Por sua intercessão potentíssima, Ela pode restituir a estabilidade, a coerência e a graça aos mais miseráveis.

Santa Bernadette

Embora Santa Bernadette não apresentasse nenhum sinal de distúrbio psicológico, sua vida mostra a estrada que Nossa Senhora seguirá para tirar do lixo os pobrezinhos e fazê-los se assentarem com os príncipes (cf. Sl 112, 7-8), ou seja, em meio aos Anjos no Céu.

Pela ação de Nossa Senhora, Bernadette assimilou o amor ao sofrimento e à Cruz de Cristo.

Depois de ter convivido com a bela Senhora, modelo supremo de adoradora de Jesus em sua Paixão, ela passou a se persignar com tanta unção que diversos ateus se converteram somente por vê-la realizar esse gesto com profunda e natural compenetração.

De outra parte, chama a atenção o fato de a vidente, apesar de sua condição camponesa, adquirir durante as aparições uma majestade que impressionava os circunstantes.

Certa senhora da nobreza francesa relatou jamais ter conhecido uma moça da aristocracia com tanto porte, charme e grandeza quanto Bernadette enquanto estava com a Rainha do Céu.

Muitos dos que assistiam à cena creram na veracidade das visões tão só por verem na jovenzinha um espelho da Mãe de Deus.

Na Gruta de Lourdes comprova-se, portanto, o quanto as virtudes mais sublimes de Nossa Senhora podem se comunicar a seus devotos, tornando-os semelhantes a Ela por ação de uma graça verdadeiramente admirável.

Explica-se, assim, uma das chamejantes profecias de São Luís Maria Grignion de Montfort:

“Sinto-me, mais do que nunca, animado a crer e a esperar em tudo o que tenho profundamente gravado no coração, e que peço a Deus há muitos anos: que cedo ou tarde a Santíssima Virgem terá mais filhos, servidores e escravos de amor como nunca, e que, por esse meio, Jesus Cristo, meu amado Mestre, reinará nos corações”.

Incertos, como todo o mundo, sobre o dia de amanhã, ergamos em atitude de prece os nossos olhos até o trono excelso de Maria, Rainha do Universo e supliquemos que Ela nos cure de nossas enfermidades espirituais e físicas.

Texto extraído, com adaptações do livro Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens por Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP.