Arqueólogos descrevem presença cristã na Arábia no século V
Beirute – Arábia Saudita (Quinta-feira, 29-01-2015, Gaudium Press) Recentemente, uma descoberta feita por arqueólogos franco-sauditas revelou a presença de uma comunidade cristã viva e atuante no deserto saudita no século V.
Orientados pelo Professor Frédéric Imbert, da Universidade de Aix-Marseille, na França, os pesquisadores acabaram descobrindo centenas de cruzes que haviam sido esculpidas em rochas, e até mesmo nomes de cristãos e bíblicos, mais precisamente mártires mortos durante as perseguições que assolavam a região na época.
De acordo com informações da agência de notícias francesa “Orient-Le Jour”, a descoberta nas paredes de rocha de Jabal Kawkab (a montanha da estrela), no Emirado de Najran, situado no sul da Arábia Saudita, foi apresentada pelo Professor Imbert em conferência realizada na Universidade Americana de Beirute.
De acordo com Imbert, as cruzes e as inscrições são consideradas “o mais antigo livro dos Árabes”, tendo sido escrito “nas pedras do deserto”, uma “página da história dos Árabes e do cristianismo”.
Conforme o professor, “as cruzes não são as únicas conhecidas na Arábia do Sul e do Leste, mas, sem dúvida, são as mais antigas cruzes cristãs em um contexto que remontamos o ano 470 da nossa era”, junto com diversos textos encontrados, feitos ainda no período do Reino himairita de Shurihbil Yakkuf, governante da Arábia do Sul de 470 a 475.
Durante o governo de Shurihbil, tiveram início as perseguições cristãs no local, sendo mortos Marta e Rabi, ambos inscritos na lista dos martírios de Najran, no chamado “Livro dos Himairiti”.
Propagado no século IV, o cristianismo na Arábia “difundiu-se na região do Golfo, nas regiões costeiras do Iêmen e de Najran”, graças aos missionários persas do Império Sassânida e aos missionários siríacos. Naquele tempo, dois bispos consagrados em 485 e 519, pertenciam à comunidade siríaca, provavelmente oriundos do Iraque. (LMI)
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