Vandalismo nas igrejas: França um país conquistado por forças estrangeiras
Interessante artigo de Mathieu Bock Cöté no Le Figaro.
Redação (16/01/2022 08:44, Gaudium Press) Depois das festas de Natal, voltou, na França, a perseguição ao cristianismo. Somente neste começo de 2022, houve pelo menos 10 casos de vandalismo contra templos católicos.
Diante dos fatos – que mostram uma agressividade crescente – sucedem-se declarações das autoridades, deplorando, declarando que os ataques são ‘inaceitáveis’, dizendo que a segurança será reforçada, etc., etc., que parecem mais declarações pré-gravadas do que o real interesse para que o problema cesse.
“O vandalismo anticristão é frequente na França”, declara Mathieu Bock-Côté num artigo, no Le Figaro, dessa última sexta-feira. Não diz “já é frequente na França”, mas simplesmente que é frequente, ou seja, tem um status quase tradicional.
O cronista observa que, apesar das eventualidades que sempre existem, os ataques são sistemáticos e com unicidade, e destaca a agressão de tom islâmico a uma procissão da Imaculada Conceição em Nanterre, em dezembro passado, composta por idosos e crianças, na qual os agressores gritavam aos fiéis: “vocês não estão mais em sua casa”. Ou seja, os muçulmanos gritavam aos católicos que esta não era mais a sua terra, e que, no fundo, já a tinham conquistado, dando-se “o direito de expulsar os antigos habitantes e pisar nos seus símbolos”, diz Bock Côté. Os católicos parecem pertencer a uma religião derrotada.
Para quem conhece um pouco de história sabe que este é um filme repetido mil vezes para o futuro da raça humana. Mas alguns preferem não ver a realidade, entre outros motivos, porque essa conquista se dá lentamente, “silenciosamente” e com a aprovação tácita dos conquistados. E também o não ver a realidade permite manter a posição suicida de comodismo, da não reação.
O colunista do Le Figaro ressalta a diferença de resposta do Estado aos ataques aos católicos e aos de outros cultos. São dois pesos e duas medidas para dois tipos, duas categorias de vítimas: as legítimas e as ilegítimas; as legítimas seriam as de certas minorias que de repente hoje são a maioria, e as ilegítimas, as de grupos que, em outros tempos, eram ‘dominantes’, como os católicos. Dois pesos e duas medidas, dois critérios.
O que pensar das igrejas que agora têm que ser vigiadas de forma constante e por muito tempo? Claro que ninguém vai dizer que é ruim, mas é triste e anormal. E, pouco a pouco, as mentes de muitos vão se abrindo para a ideia – dura, mas real – de que o que deve ser feito não é apenas uma luta contra a insegurança, algo que toda sociedade faz continuamente, mas uma pacificação da sociedade francesa.
Por que atacar igrejas que estão praticamente vazias, já que a França é um dos países ex-cristãos com a menor frequência aos cultos e aos templos? É necessariamente porque esses templos ainda estruturam a configuração de um passado que deve ser destruído.
Mas cuidado: na França secular, ainda pululam restos que podem se despertar. Aqueles Godofredos que, em tempos passados, atravessaram meio mundo para visitar um sepulcro, vivem de muitas e de várias maneiras nos modernos e um tanto tristonhos gauleses, passeando de shorts e camisetas nos Champs-Elysées e no Bois de Boulogne. Estes ainda podem se despertar e se reanimar.
Por Saul Castiblanco
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