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Um terço das dioceses na China está vacante

Cada vez mais questionam o acordo de 2018 entre a China e o Vaticano.

Foto: Vatican News

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Redação (27/05/2023 08:40, Gaudium Press) Com a assinatura do acordo sino-vaticano de 2018, a primavera anunciada para a Igreja na China não chegou. O Asia News informa que há atualmente 67 bispos oficiais, com um terço das dioceses permanecendo vacantes.

“Mesmo entre os bispos reconhecidos como tal também pela República Popular da China, parece que pelo menos uma dezena é supervisionada ou manipulada pelas autoridades civis. Há outros 13 bispos não oficiais (portanto pertencentes a comunidades clandestinas) que são mantidos sob custódia e cujas atividades são muito restritas”, relata a agência do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras. Há vários anos que nada se sabe de um bispo clandestino, Dom Su Zhimin, bispo de Baoding, e alguns dizem que ele morreu na prisão.

“Finalmente, devemos acrescentar ao projeto de lei mais 8 bispos definidos como ‘irregulares’: estes podem exercer seu ministério como simples sacerdotes (embora um, centenário, provavelmente já tenha falecido)”.

Além disso, abundam certos “bispos ilegítimos”, sacerdotes que se proclamam bispos, dos quais já existe uma lista de quinze nomes.

O que não esmorece é o desejo do regime comunista de controlar os fiéis. Depois que, em março passado, diversos meios de comunicação denunciaram que o governo da região de Henan forçará os fiéis a se registrarem no aplicativo de religião inteligente antes de assistir a um culto religioso, chegam agora dados atualizados do Departamento de Estado dos EUA, assinalando que, no ano passado, o regime prendeu cerca de 10.000 por sua prática religiosa.

“As autoridades continuaram a prender e a deter líderes e membros de grupos religiosos, muitas vezes ligados a grupos não registrados nas associações religiosas autorizadas pelo Estado. […] As autoridades teriam usado acusações vagas ou infundadas, às vezes em relação à atividade religiosa, para condenar a anos de prisão líderes e membros de grupos religiosos”.

Essa perseguição faz parte da campanha de “sinicização”, ou seja, que as crenças religiosas pessoais dos chineses se adaptem ao modelo nacional, que é sinônimo de adaptação à visão comunista da cúpula governante.

Essa campanha de sinicização inclui “exigir que clérigos de todas as religiões participem de sessões de doutrinação política e sugerir conteúdo para sermões enfatizando a lealdade ao PCChinês e ao Estado”.

Em suma, cada vez mais se questiona, mesmo dentro do Vaticano, a conservação desse acordo.

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