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“Um clamor nunca é em vão, se vier do amor”, assegura Leão XIV

Diante de milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice destacou que “na Cruz, Jesus não morre em silêncio”, mas “deixa a sua vida com um grito”.

Um clamor nunca e em vao se vier do amor assegura Leao XIV

Cidade do Vaticano (10/09/2025 14:31, Gaudium Press) Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 10, o Papa Leão XIV prosseguiu o ciclo de catequese centrado na experiência de Nosso Senhor Jesus Cristo crucificado. Diante de milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice destacou que “na Cruz, Jesus não morre em silêncio”, mas “deixa a sua vida com um grito”.

“Os Evangelhos atestam um pormenor preciosíssimo, que merece ser contemplado com a inteligência da Fé: na Cruz, Jesus não morre em silêncio. Ele não se apaga lentamente, como uma luz que se consuma, mas deixa a sua vida com um grito: «Então Jesus, soltando um forte grito, expirou». Este grito abrange tudo: dor, abandono, Fé e oferenda. Não é apenas a voz de um corpo que cede, mas o sinal máximo de uma vida que se entrega”, afirmou.

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O grito de Jesus não é de desespero

O Santo Padre ressalta que “o grito de Jesus é precedido de uma pergunta, uma das mais pungentes que se pode proferir: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?». O Filho, que sempre viveu em íntima comunhão com o Pai, experimenta agora o silêncio, a ausência, o abismo. Não é uma crise de Fé, mas a etapa final de um amor que se entrega completamente. O grito de Jesus não é de desespero, mas de sinceridade, de verdade levada ao limite, de confiança que perdura mesmo quando tudo é silêncio”.

Leão XIV frisou que “Deus já não habita atrás de um véu; o seu rosto é agora totalmente visível no Crucifixo. É ali, naquele homem atormentado, que se revela o maior amor”, ressaltando que o centurião, que era um pagão, compreendeu, mas não “porque ouviu um discurso, mas porque viu Jesus morrer daquela maneira” e então afirmou: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!».

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Jesus não gritou contra o Pai, mas para Ele

“É a primeira Profissão de Fé após a morte de Jesus. É o fruto de um grito que não se perdeu no vento, mas tocou um coração. Por vezes, o que não conseguimos expressar com palavras, expressamos com a voz. Quando o coração está cheio, clama. E isso nem sempre é sinal de fraqueza; pode ser um profundo ato de humanidade”. Segundo o Pontífice, “o Evangelho dá ao nosso clamor um imenso valor”, podendo “ser a forma suprema da oração, quando já não nos restam mais palavras”.

“Gritamos quando acreditamos que alguém ainda pode ouvir. Clamamos não por desespero, mas por desejo. Uma esperança que não desiste. Jesus não gritou contra o Pai, mas para Ele. Mesmo em silêncio, estava convencido de que o Pai estava ali. E assim nos mostrou que a nossa esperança pode gritar, mesmo quando tudo parece perdido”, afirmou.

De acordo com o Papa, gritar pode se tornar um gesto espiritual. “Não é apenas o primeiro ato do nosso nascimento é também uma forma de nos mantermos vivos. Gritamos quando sofremos, mas também quando amamos, chamamos, invocamos. Gritar é dizer que estamos aqui, que não queremos nos esvair em silêncio, que ainda temos algo para oferecer.”

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Jesus nos ensina a não ter medo do clamor

Existem momentos na vida “em que guardar tudo dentro de nós pode consumir-nos lentamente. Jesus nos ensina a não ter medo do clamor, desde que seja sincero, humilde e dirigido ao Pai. Um clamor nunca é em vão, se vier do amor. Nunca é ignorado, se for entregue a Deus. É uma forma de evitar ceder ao cinismo, de continuar acreditando que outro mundo é possível”.

Por fim, Leão XIV exortou aos fiéis para que aprendam com Jesus “o grito da esperança quando chega a hora da provação extrema. Não para magoar, mas para confiar. Não para gritar contra ninguém, mas para abrir o coração. Se o nosso grito for verdadeiro, pode ser o limiar de uma nova luz, de um novo nascimento. Se expressada com a confiança e a liberdade dos filhos de Deus, a voz angustiada da nossa humanidade, unida à voz de Cristo, pode tornar-se fonte de esperança para nós e para os que nos rodeiam”, concluiu. (EPC)

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