Gaudium news > Três religiosas voltam ao convento por não suportar o asilo

Três religiosas voltam ao convento por não suportar o asilo

Após retornarem ao convento Kloster Goldenstein, em Salzburgo, as irmãs Rita, Regina e Bernadette enfrentaram desafios inesperados.

Foto: Screenshot Instagram BBC

Foto: Screenshot/ Instagram/ BBC

Redação (18/09/2025 09:46, Gaudium Press) Três religiosas – Irmã Rita (82 anos), Irmã Regina (86 anos) e Irmã Bernadette (88 anos) – retornaram ao convento Kloster Goldenstein, em Salzburgo, após serem transferidas em 2023 para um lar católico destinado a idosos. A decisão inicial de enviá-las ao lar foi tomada pelos superiores, que consideraram que a comunidade do convento não dispunha de condições adequadas para atender às necessidades das freiras, todas idosas.

Entretanto, de acordo com as normas estabelecidas pela instrução Cor orans, emitida em 2018 pelo Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, com aprovação do Papa Francisco, comunidades religiosas com menos de cinco membros não podem mais eleger sua própria superiora.

Assim, devido à crise de vocações, o edifício do convento passou para a administração da Arquidiocese de Salzburgo e da Abadia de Reichersberg, sob a gestão do reitor Markus Grasl.

A comunidade foi oficialmente dissolvida no início de 2024, e as religiosas restantes receberam o direito de residência vitalícia, enquanto for justificável do ponto de vista da saúde e da vida espiritual”.

No entanto, as religiosas manifestaram o desejo de voltar ao seu lar espiritual. Irmã Bernadette, de 88 anos, expressou com firmeza sua posição: “Antes de morrer naquela casa de repouso, prefiro ir para um prado e entrar na eternidade dessa forma.” O retorno ao convento, localizado no Schloss Goldenstein – um castelo que desde 1877 abriga um convento e uma escola particular para meninas –, reflete a vontade das freiras de permanecerem em sua comunidade.

A transferência das religiosas para o lar, embora motivada por boas intenções, não considerou o consentimento delas.

Ao chegarem ao Schloss Goldenstein, que abriga o convento desde 1877, descobriram que as fechaduras haviam sido trocadas, exigindo a intervenção de um chaveiro. Além disso, o local estava sem fornecimento de água e eletricidade, serviços que foram apenas parcialmente restabelecidos. O elevador, essencial para evitar que as idosas subissem escadas, também estava inoperante. Apesar das adversidades, as religiosas estão determinadas a permanecer no convento.

O retorno das freiras tem mobilizado a comunidade local. Muitos visitantes, incluindo ex-alunas da escola mantida no Schloss Goldenstein, têm levado alimentos e oferecido apoio. Sophie Tauscher, uma das ex-alunas, expressou o sentimento de muitos: “Goldestein sem as freiras simplesmente não é possível. Quando precisarem de nós, basta ligarem, e lá estaremos, sem dúvida.”

Por outro lado, o reitor Markus Grasl, responsável pela administração do convento sob a Arquidiocese de Salzburgo e a Abadia de Reichersberg, considera a decisão das religiosas “completamente incompreensível”. Ele argumenta que “os quartos do convento não podem mais ser utilizados e não atendem, de forma alguma, aos requisitos para uma assistência adequada”.

O caso tem gerado grande repercussão. A resolução do impasse demandará diálogo e sensibilidade, refletindo o caráter maternal da Igreja na busca por uma solução. O reitor Markus Grasl reitera o apelo para que as irmãs retornem ao lar de idosos, onde, segundo ele, receberão “cuidados integrais, assistência de enfermagem e atendimento médico de excelência”.

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas